Nesta sexta-feira, 1º de outubro, é celebrado o Dia Internacional do Idoso, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1991 e que busca sensibilizar o mundo sobre as questões do envelhecimento, e a necessidade de proteção e de cuidados a essa população.
Em nosso país, temos de exigir políticas públicas que possam amparar as pessoas idosas em suas necessidades e direitos.
A chegada da covid-19 mostrou claramente a vulnerabilidade desse segmento. Em 2020, primeiro ano da pandemia, três em cada quatro mortes decorrentes do coronavírus aconteceram em pessoas com mais de 60 anos, segundo a Fiocruz.
Há também a questão econômica. Uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que a renda média individual do trabalho da população idosa caiu 14,2% em relação ao nível registrado no fim de 2019. Enquanto isso, a renda individual média do brasileiro, entre informais, desempregados e inativos, foi reduzida em 9,4%. Ou seja, os mais velhos sofreram ainda mais os efeitos da crise.
Se isso não bastasse, o fantasma do desemprego e a perda de renda, que atingiram violentamente as populações mais jovens (sobretudo, na classe média), obrigaram aposentados e pensionistas a repartir os seus já desvalorizados benefícios com filhos e netos. Os números falam por si. Idosos são responsáveis por mais da metade dos rendimentos familiares em 20,6% dos lares brasileiros e é a principal fonte de renda em 18,1% dos domicílios.
Esse contexto econômico e social afeta o bem-estar das pessoas com faixa etária mais elevada, em um momento da vida em que, justamente, os cuidados com a saúde precisam ser maiores.
Atualmente, 58% dos idosos apontaram ter pelo menos uma doença crônica não transmissível, como diabetes, doença respiratória e hipertensão. Ao mesmo tempo, os diagnósticos de doenças mentais também crescem. Cerca de 72% falaram em aumento de sentimentos relacionados à solidão e à tristeza durante o isolamento social.
Por tudo isso, precisamos aproveitar o dia 1º de outubro para discutir o direito a um envelhecimento digno e minimamente condizente com a enorme contribuição que essa população deu para a construção do país.
