Longe de representar ganhos reais, as iniciativas são extremante limitadas e parecem mais um ato desesperado da presidente, a poucos dias da votação que definirá o andamento do impeachment no Senado e, com isso, o seu possível afastamento do cargo por até 180 dias.
O reajuste de 5% na tabela de incidência do Imposto de Renda Pessoa Física a partir de 2017 e de 9% nos benefícios do Bolsa Família são insuficientes para recompor as perdas históricas e a inflação do ano passado, que chegou a 11,28%, de acordo com o INPC.
Para se ter uma ideia, a tabela do Imposto de Renda acumula uma defasagem histórica de 72,2%, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal. Se este reajuste fosse aplicado, o trabalhador com salário até R$ 2.699,44 não pagaria imposto. No entanto, pela tabela em vigor, a isenção atinge apenas salários de até R$ 1.903,98.
Além disso, o reajuste anunciado por Dilma ainda precisa ser aprovado no Congresso.
Já o aumento do Bolsa Família terá impacto entre apenas R$ 3 e R$ 5 na renda das famílias, a partir de junho. Apesar do reajuste, o governo vem cortando verbas dos programas sociais. Apenas este ano, foram cortados 87% do orçamento para construção de creches, além de R$ 1,7 bilhão do próprio Bolsa Família, dentre outros cortes.
“Após anos de ataques, aplicando o ajuste fiscal e retirando direitos, o governo Dilma faz marketing vazio na tentativa de reconquistar os trabalhadores. Mas não adianta, a insatisfação é geral, tanto contra Dilma, como contra o vice Michel Temer. Centrais sindicais como a CUT e CTB precisam romper com o governo e se somar à CSP-Conlutas na construção de uma Greve Geral para exigir 'Fora todos eles', eleições gerais e o fim do ajuste fiscal", afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br