Às vésperas do Dia Nacional do Aposentado, comemorado no dia 24 de janeiro, a maioria dos “homenageados” espera em 2014 um ano mais difícil para sobreviver que o anterior. Não tem sido fácil a vida dos milhões de aposentados e pensionistas brasileiros, que, ano a ano, sofrem com a concessão de reajustes que nem sequer cobrem a inflação.
Este ano, os aposentados que recebem acima do piso terão seu pagamento reajustado em apenas 5,56%. Já o salário mínimo – que, segundo o Dieese, deveria ter seu valor quadruplicado – teve aumento de 6,78%. Assim, acentuam-se as perdas que os aposentados acumulam em razão de reajustes recebidos abaixo do próprio salário mínimo.
O vergonhoso reajuste autorizado pelo governo Dilma Rousseff (PT) é inferior até mesmo à inflação oficial do país, medida em 5,91% pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Mais grave é o fato de que a inflação sentida no bolso dos veteranos deste país é muito maior. Para chegar a esta conclusão basta conferir o aumento dos preços dos alimentos. No ano passado, a cesta básica subiu mais de 10% em nove capitais. Isso sem falar nos gastos de aposentados e pensionistas com remédios e planos de saúde – para quem consegue pagar um para fugir do atendimento precário no sistema público.
Para fechar o “pacote de maldades”, Brasília reajustou convenientemente em apenas 4,5% a tabela de incidência do Imposto de Renda Pessoa Física. Assim, mais aposentados – e trabalhadores da ativa – serão afetados pela mordida do Leão. A sede de arrecadação do governo é impiedosa contra os mais pobres, enquanto grandes empresas recebem isenções bilionárias, como é o caso da GM, que, ainda por cima, demitiu centenas de operários em São José dos Campos.
Em virtude de tudo isso, fica o desafio para nós, aposentados e pensionistas. Precisamos aumentar nossa organização e cobrar respeito do governo. Já começaremos a fazer isso no ato do Dia Nacional dos Aposentados, dia 26 de janeiro, em Aparecida. No ano em que o Brasil será destaque por sediar a Copa do Mundo, temos de denunciar as condições os mandatários deste país nos impõem.
Lauro da Silva, presidente da Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas) do Vale do Paraíba