Esse foi o tom do Dia Nacional de Paralisações e Manifestações, o 29M, realizado nesta sexta-feira (29).
Os protestos começaram logo de madrugada e atingiram cerca de 14 mil metalúrgicos na região, todos em luta contra o projeto de lei da terceirização e as medidas provisórias 664 e 665 do governo.
Houve paralisação de 24 horas na General Motors, TI Automotive e Sun Tech, em São José dos Campos, Avibras, em Jacareí, e na MWL e Blue Tech, em Caçapava. Além disso, houve atraso de três horas na entrada do primeiro turno da Embraer.
Na Avibras, os trabalhadores chegaram a ocupar a Rodovia dos Tamoios (que liga São José dos Campos ao Litoral Norte), fechando uma das pistas por 40 minutos, na altura do km 15, em Jacareí.
Na Embraer, houve uma operação conjunta com os condutores que fazem o transporte dos metalúrgicos da fábrica. Os ônibus seguiram em baixa velocidade pelas avenidas dos Astronautas e Faria Lima, que dão acesso à empresa. Os trabalhadores do primeiro turno, que normalmente entram às 6h, só concluíram a entrada por volta das 9h.
Outras categorias
Trabalhadores de outras empresas que utilizam o serviço de fretamento também foram afetados pela 'operação tartaruga' dos condutores. A manifestação foi acompanhada pelos vidreiros, durante todo o trajeto.
Químicos da fábrica IPA, de Caçapava, pararam por tempo indeterminado. Em Jacareí, houve atraso de uma hora na entrada do primeiro turno da Ambev.
O Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos distribuiu material informativo aos trabalhadores da Revap sobre a necessidade de luta contra o projeto da terceirização. A maioria da mão de obra na refinaria é formada por terceiros.
Passeata no centro
Trabalhadores de diferentes categorias realizaram uma passeata pelas ruas do centro de São José dos Campos. A manifestação começou às 10h na Praça Afonso Pena, passou pela Avenida São José e terminou às 12h40 em frente ao INSS, na Avenida João Guilhermino.
O ato reuniu cerca de 200 pessoas e os aposentados e pensionistas marcaram presença, assim como trabalhadores metalúrgicos, químicos, condutores, servidores de Jacareí e São José, vidreiros, comerciários, professores, carteiros e representantes da CSP-Conlutas, CUT, Unidos para Lutar, UGT, PSTU e PSOL.
Respostas aos ataques
As manifestações na região se somam aos protestos realizados em todo o país. A iniciativa pretende mostrar a indignação da classe trabalhadora contra as recentes medidas que reduzem direitos trabalhistas e previdenciários.
O PLC 30/2015 (antigo PL 4330/04) amplia a terceirização no país, o que representa a precarização de direitos trabalhistas.
Os trabalhadores também estão protestando contra o ajuste fiscal promovido por Dilma, com as medidas 664 e 665, que limitam o acesso de milhões de brasileiros ao seguro-desemprego, abono salarial (PIS), pensão por morte e auxílio doença. Essas medidas, inclusive, já foram aprovadas pelo Congresso, faltando apenas a sanção presidencial.
"Nós, da Admap, fizemos a nossa parte, participando, com os trabalhadores da ativa, dessa luta em defesa de nossos direitos. Mas é preciso avançar ainda mais, buscarmos mais adesão, para que possamos enterrar definitivamente o 'pacote de maldades' preparado por Dilma e o parlamento brasileiro", afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.
Fotos: Tanda Melo/Sindmetalsjc