Nesta segunda

Ato comemora 60 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de São José

Ato comemora 60 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de São José
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Uma parte da história do movimento sindical da região e do país será contada nesta segunda-feira, dia 14 de março, quando o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos completa 60 anos de fundação. Um ato reunirá lideranças que estiveram à frente de greves históricas, como na Embraer (em 1982 e 1984), General Motors (1985) e Bundy (1989).

Durante o ato, na sede do Sindicato, às 19h, será apresentado um documentário com depoimentos de trabalhadores e ex-dirigentes sindicais que testemunharam as transformações e lutas da categoria metalúrgica.

Entre os entrevistados estão os ex-presidentes Ary Russo (1981 – 1984), na época ligado ao MDB, e José Luiz Gonçalves (1984 – 1990), ainda hoje ligado ao PT. Seis ex-presidentes do Sindicato devem participar do evento.

O Sindicato dos Metalúrgicos representa 37 mil trabalhadores de aproximadamente 900 fábricas de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá. Filiado à CSP-Conlutas, está entre os mais combativos do país, com oposição direta ao governo federal.

A entidade foi fundada no dia 14 de março de 1956. Ao longo desses 60 anos, o Sindicato passou por profundas transformações. Na década de 60, por exemplo, tinha caráter assistencialista e distante das lutas. Esse perfil só começou a mudar na década de 80, pelas mãos da oposição, impulsionada pelo “Novo Sindicalismo”, cujo berço foi no ABC.

Greves históricas
Na trajetória do Sindicato, estão greves que entraram para a história do movimento sindical brasileiro. Em 1985, os metalúrgicos ocuparam a fábrica da General Motors por 17 dias, tendo como principal reivindicação a redução da jornada de 48h para 40h semanais. Com repercussão nacional, a greve teve reflexos em Brasília: em 1988, a jornada de trabalho de todos os brasileiros passou de 48h para 44h.

Foi também em nossa região que aconteceu a primeira greve em uma estatal militar, a Embraer. A paralisação se deu em plena ditadura militar, em 1982, e durou cerca de uma semana. Na Bundy (atual TI Automotive), os metalúrgicos ficaram em greve durante 27 dias, com ocupação da fábrica, e foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar.

“Mesmo passados tantos anos, ainda hoje enfrentamos repressão nas fábricas, tentativas de redução de direitos, desemprego, privilégios dos governos para os patrões e todo tipo de ataques próprios do capitalismo”, afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

O Ato em comemoração aos 60 anos do Sindicato será na sede da entidade, à Rua Maurício Diamante, 65, Centro.