A manifestação foi convocada pelos Sindicatos dos Metalúrgicos, dos Químicos, da Alimentação, dos Trabalhadores dos Correios, Admap (Associação dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba), PSTU e CST/PSOL. Todos com o mesmo propósito: chamar a população para continuar na luta, mesmo após a eventual aprovação do impeachment de Dilma, já que a posse de Michel Temer de nada vai adiantar para a classe trabalhadora.
O ato, ocorrido um dia antes da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, começou na Praça João Mendes (Praça do Sapo), às 10h, e terminou ao meio-dia, na Praça Padre João (em frente à Igreja Matriz), passando pelo calçadão. Cerca de 200 manifestantes participaram.
“Vamos chacoalhar essa cidade. Vamos dizer não a esses partidos que não respeitam os direitos dos trabalhadores. PT, PMDB, PSDB e todos os outros que ficam posando de oposição, mas que não passam de um bando de corruptos, de uma quadrilha que assalta os cofres públicos”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, logo no início da manifestação.
Representantes de todas as entidades participantes ressaltaram que trocar Dilma por Temer é como “trocar seis por meia dúzia”, ou seja, nada vai mudar.
“Eles têm o mesmo projeto econômico, a mesma política que penaliza os trabalhadores e beneficia os empresários. Precisamos chamar novas eleições e uma greve geral. Essa crise está sendo empurrada para a classe trabalhadora, para a juventude da periferia. Hoje vamos tomar as ruas para dizer: fora Dilma, fora Temer, fora Lula, Renan, Cunha e toda essa corja do Congresso Nacional”, concluiu Macapá.
O presidente do PSTU de São José dos Campos, Toninho Ferreira, completou: “Michel Temer faz parte disso tudo que está acontecendo no país. Amanhã (domingo) vai ter impeachment, mas nossa luta não termina. Temer é parte da mesma quadrilha que assalta os cofres públicos, assim como Aécio também é. O dinheiro que está nas contas do PT, do PSDB, PMDB e dos outros partidos da oposição de direita é o dinheiro que falta nas escolas, nos hospitais. O dinheiro que está faltando na merenda escolar está sobrando no bolso de Geraldo Alckmin”, disse Toninho.
Ao final da passeata, o ex-diretor do Sindicato e puxador de samba do Acorda Peão, Renato Bento Luiz, animou a manifestação com uma música muito apropriada:
“Dilma e Temer vão ganhar uma passagem pra sair desse lugar. Não é de trem nem de metrô nem de avião. Algemados no camburão. Ê Congresso ladrão”.
Diversas lideranças se manifestaram ao longo da passeata. A seguir, alguns trechos:
“Esta é a manifestação do movimento sindical combativo, dos partidos que não estão envolvidos em corrupção. A população não vai mais aceitar essa situação em que o dinheiro público beneficia privilegiados, enquanto o povo sofre com a falta de serviços de saúde, de educação, transporte e moradia.” Ernesto Gradella (Admap)
“Nós podemos construir uma nova alternativa, porque esses partidos que estão aí não nos representam. PT, PSDB, PMDB estão todos envolvidos em corrupção. Amanhã, mesmo que o impeachment seja aprovado, os problemas do povo não estarão resolvidos. A alternativa é ter os trabalhadores nas ruas, na luta por direitos, e não defendendo Dilma ou Temer.” Valter dos Santos (Sindicato da Alimentação de Jacareí)
“A população clama pelo Fora Todos. Em todas as fábricas, já votamos. Nenhum desses partidos, PT, PSDB ou PMDB, serve para a classe trabalhadora. Essa é a marcha pelo fora todos. Fora todos os corruptos.” – Wellington Cabral – Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região
“A saída de Dilma não resolve, porque o programa de Temer não atende a classe trabalhadora. Assim como Dilma, ele também vai retirar direitos. A disputa entre eles é a disputa pelo poder, não é para dar melhores condições de vida para a população. Somente os trabalhadores organizados podem dizer qual é o caminho para esse país.” Edson Souza (Oposição dos Petroleiros)
“O povo da periferia e as mulheres negras são os que mais sofrem com essa crise e o descaso do governo. A classe trabalhadora não pode continuar pagando por essa crise.” Raquel de Paula (Sindicato dos Correios)
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br