Na Câmara Municipal

Ato em São José lembra resistência dos trabalhadores ao regime militar

Ato em São José lembra resistência dos trabalhadores ao regime militar
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No dia 31 de março completam-se 50 anos de um dos maiores ataques da história de nosso país: o golpe militar de 1964. Para relembrar a data, as centrais sindicais realizam um ato unitário que vai cobrar justiça e reparação aos trabalhadores da região que foram perseguidos pelo regime.

O ato será nesta quarta-feira, dia 26, às 9h, na Câmara Municipal de São José dos Campos.

Estarão presentes a presidente da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso, o presidente da Comissão Estadual, deputado Adriano Diogo, além de representantes do Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical, da Câmara Municipal e de diversas centrais sindicais.

Às 13h, terá início uma audiência pública, com depoimentos públicos de trabalhadores da região que foram perseguidos e tiveram suas vidas marcadas pela ação da ditadura.

Durante a ditadura militar, trabalhadores que lutaram por direitos foram brutalmente perseguidos, presos, torturados e mortos. As organizações sindicais foram censuradas, sofreram intervenção e foram fechadas.

A região do Vale do Paraíba foi uma das mais atingidas pelo regime. Com várias organizações e empresas dirigidas pelos militares, como o CTA, Embraer, Avibras, Imbel e Engesa, a região foi transformada em área de segurança nacional. A repressão e a perda de direitos levaram os trabalhadores a reagirem. Na década de 80, longas greves foram realizadas por direitos e contra o regime - muitas delas, com ocupações de fábrica pelos trabalhadores.

Por verdade, justiça e reparação
Passados 50 anos do Golpe, a sociedade se organiza por meio da Comissão Nacional da Verdade e do Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores”, para investigar e trazer à tona os crimes cometidos pelo regime.

O objetivo é recuperar a verdade e memória da época e lutar por justiça e reparação aos que tiveram suas vidas marcadas pelo regime.

“Não podemos, jamais, nos esquecer das atrocidades cometidas pela ditadura militar. Por isso, o movimento sindical brasileiro vai realizar esse ato, exigindo verdade, justiça e para relembrar esse tenebroso passado. Esta é a melhor forma de impedir que isso volte a se repetir em nosso país”, afirma Luiz Carlos Prates, o Mancha, membro da CSP-Conlutas e da Comissão da Verdade dos Metalúrgicos de São José e Região.