O evento vai reunir trabalhadores e dirigentes sindicais que testemunharam a luta da categoria metalúrgica num período em que greves eram vistas como atos criminosos pelo governo militar. O ato também terá a presença do sociólogo Moacyr Pinto, autor do livro “Ação e Razão dos Trabalhadores da GM em São José dos Campos”, que relata a greve de 1985.
O diretor da Admap Josias de Oliveira Mello, que era trabalhador da montadora à época, também participará do ato.
Foram 28 dias de paralisação (de 11 de abril a 8 de maio de 1985), sendo 17 de ocupação. Os metalúrgicos estavam em luta pela Campanha Salarial e pela redução da jornada de 48h para 40 horas semanais.
A mobilização fez parte da Greve Geral dos metalúrgicos que havia se espalhado por todo o país e que foi interrompida com a morte do presidente eleito Tancredo Neves. A trégua só não aconteceu na GM de São José dos Campos.
No dia 25 de abril, a empresa soltou uma lista com o nome de 93 trabalhadores a serem demitidos por justa causa. Foi o estopim para a ocupação da fábrica.
“Naquele período, os trabalhadores enfrentaram o cerco policial, o autoritarismo da GM, a ameaça de demissão e os dias longe de casa. Foram dias bem duros, mas que mostraram toda a força dos metalúrgicos. Com o ato do dia 21, essa história será contada justamente por quem estava lá”, afirma o membro da CSP-Conlutas e da Comissão da Verdade dos Metalúrgicos, Luiz Carlos Prates, o Mancha.
O Sindicato e a Admap, que promovem o ato, convidam todos os trabalhadores a participarem do evento. Se você conhece alguém que tenha participado da greve, avise-o sobre o ato.
“Existem muitas histórias que ainda hoje permanecem desconhecidas e que precisam ser levadas a público. Quero chamar aqueles que têm uma foto, um objeto, uma lembrança da greve a vir ao ato. Será um momento importante para todos e uma ótima oportunidade de rever os companheiros de luta”, conclui Mancha.