O pedido questiona diretamente a integridade do ministro, fiel aliado do governo Michel Temer (PMDB) e defensor de graves ataques aos direitos dos trabalhadores.
Segundo levantamento da Operação Lava Jato, o ministro do STF tem vínculos sociais e profissionais com o empresário dos transportes. Gilmar Mendes é padrinho do casamento entre a filha de Barata e um sobrinho do próprio ministro. Além disso, sua esposa, Guiomar Mendes, trabalha em um escritório de advocacia que defende o empresário.
Na semana passada, Mendes revogou, por duas vezes seguidas, as prisões de Barata Filho e de seu sócio, que haviam sido presos pela operação Ponto Final, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. Eles são acusados de comandar um esquema que pagava propina a políticos em troca da concessão de benefícios a empresas de ônibus. Nesta quarta (23), Gilmar mandou libertar outros três envolvidos na máfia comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Atuação controversa
Não é de hoje que Gilmar Mendes usa o seu posto para salvar a pele de figuras envolvidas em escândalos. O ministro é um dos principais defensores do atual governo e foi um importante articulador da absolvição da chapa Dilma/Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O julgamento foi presidido por ele, em junho.
Ele também defende a anistia ao caixa 2 e apoia o retorno das doações empresariais às campanhas eleitorais, medida que abre caminho para a corrupção por meio da relação espúria entre candidatos (depois eleitos) e seus financiadores.
Se isso não bastasse, Mendes ainda é o responsável por decisões que atacam os direitos dos trabalhadores. Um dos exemplos é a liminar, concedida em outubro do ano passado e ainda em vigor, que coloca em risco todas as convenções coletivas do país.
Por decisão do ministro, se as convenções não forem renovadas anualmente, perdem o valor em sua íntegra, o que obriga os trabalhadores a lutarem todo ano para manter cada direito conquistado em períodos anteriores.
“Gilmar Mendes é mais um defensor dos patrões e dos corruptos que não deveria estar na Suprema Corte. Já está claro para todos os brasileiros a quem este senhor serve”, afirma Renato Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br