Bolsonaro teve 55,13% dos votos válidos, o equivalente a 57 milhões de votos. Já o candidato do PT, Fernando Haddad, recebeu 44,87% dos votos (47 milhões de votantes).
A contagem final do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostra que 115,9 milhões (78,70%) de eleitores compareceram para votar.
A abstenção foi de 21,3% (31,3 milhões). Houve 2,4 milhões de votos em branco e 8,6 milhões de nulos.
Preparar a resistência
A eleição de Bolsonaro, um candidato sem qualquer experiência administrativa, defensor da ditadura militar e que propõe uma agenda econômica em forte oposição aos interesses dos trabalhadores e dos mais pobres, foi impulsionada pela enorme rejeição ao PT.
Além disso, o voto nele significou uma escolha anti-sistema ou "contra tudo o que está aí", apesar de Bolsonaro estar há 30 anos na política e exercer o cargo de deputado federal desde 1990.
Outro fato é que, ao longo de sua trajetória, o presidente-eleito coleciona frases e posições contra mulheres, negros e LGBTs.
Com a divulgação do resultado das urnas, resta aos brasileiros se mobilizar para defender direitos e as liberdades democráticas.
Um dos primeiros ataques do novo governo deverá ser a reforma da Previdência, que deverá dificultar o acesso dos brasileiros à aposentadoria. Uma articulação com o governo Temer não está descartada para fazer avançar esse retrocesso.
"Após a eleição, é preciso voltar à realidade e, na luta, garantir que nenhum direito seja retirado. Vamos em frente, com coragem e força", disse o presidente da Admap, Lauro da Silva.