A declaração foi dada durante entrevista ao SBT, nesta quinta-feira (3).
O projeto de reforma da Previdência enviado à Câmara pelo governo Temer (MDB) previa idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, proposta esta alterada posteriormente pela comissão especial que analisou o projeto: 65 anos para homens e 62 para mulheres.
"Todos vão ter que contribuir um pouco para ela [reforma] ser aprovada. O que pretendemos é, ao você botar no plano a reforma, passar um corte até 2022, essa é a ideia inicial. Aí seria aumentar para 62 anos homens, e 57, mulheres, não de uma vez só, um ano a partir da promulgação e um ano a partir de 2022", afirmou o presidente.
O presidente disse defender que a Câmara utilize a proposta enviada pelo governo Temer, que está parada desde o início do ano passado. O projeto do governo anterior também prevê redução nos valores das aposentadorias e das pensões.
O senador eleito Major Olímpio (PSL), provável candidato do governo para a Presidência do Senado, defendeu o "abrandamento" da reforma da Previdência para facilitar a sua aprovação.
Mas, na verdade, nada garante que essa proposta “mais branda” prevaleça, haja visto a série de recuos de Bolsonaro desde o período de transição. Ele disse, por exemplo, que não acabaria com o Ministério do Trabalho e, depois, extinguiu a pasta. Além disso, o superministro da Economia do governo, Paulo Guedes, já deixou claro que defende uma reforma da Previdência ampla, que poderia ser aprovada posteriormente, baseada no modelo chileno de capitalização (onde cada trabalhador tem uma conta individual).
Para a Admap, é preciso repudiar qualquer reforma da Previdência que dificulte o acesso dos brasileiros à aposentadoria. "Mais branda ou não, somos contra qualquer projeto que vise limitar o acesso do trabalhador ao direito de se aposentar", afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.