Com 23,3 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o Brasil caiu da 31ª posição, em 2013, e segue atrás de países latino-americanos como Chile, Uruguai e Panamá.
A causa principal seria a piora no quesito "ambiente estimulante", que avalia segurança física, relacionamentos sociais, liberdades cívicas e acesso a transporte público.
Segundo o relatório, os protestos no Brasil influenciaram a percepção de segurança e bem-estar dos idosos.
O índice HelpAge International's Global AgeWatch mede o bem-estar social e econômico das pessoas acima de 60 anos, a partir de quatro quesitos principais: ambiente estimulante, segurança de renda (pobreza e cobertura de aposentadorias), status de saúde (expectativa de vida e bem-estar) e capacidades (emprego e educação para pessoas com mais de 60 anos).
Publicado no Dia Internacional das Pessoas Idosas das Nações Unidas, o índice tem países da Europa Ocidental, Austrália e América do Norte no topo, enquanto o Afeganistão está no fim da lista.
Aposentadoria
O Brasil tem seu melhor desempenho em segurança de renda, no qual está em 14° no ranking geral, devido à cobertura por aposentadorias de 86,3% da população acima dos 60 anos de idade, baixa pobreza na velhice (8,8%) e à relativa cobertura de serviços básicos pelo Estado, o que possibilitaria aos idosos brasileiros serem mais independentes.
Isso mostra a importância da Previdência Pública em nosso país, apesar dos constantes ataques promovidos pelos últimos governos, como a desoneração da folha de pagamento e o achatamento dos benefícios de quem ganha acima do piso previdenciário.
No entanto, o resultado do Brasil piora por conta do quesito ambiente estimulante, com queda da 40 para a 87 posição em relação ao estudo do ano passado.
Esse quesito mede a percepção dos idosos de sua capacidade de se conectar a outras pessoas e à sociedade, de usar o transporte público e quanto à percepção de segurança física.
De acordo com o relatório, a percepção de segurança dos idosos, por exemplo, caiu de 51% para 28%, por conta de tensões sociais.
Já no quesito status de saúde, o Brasil fica em 47 no ranking, com expectativa de 21 anos a partir dos 60 anos de idade, um a menos do que a média regional.
No quesito capacidades, que mede emprego e educação, o Brasil também fica perto da média regional, com 52,3% das pessoas acima dos 60 empregadas e apenas 21,1% com educação superior.
Mais idosos
A Noruega, líder do ranking, se destaca por cobertura total de aposentadorias, alto índice de educação e emprego na velhice e alta percepção de segurança entre idosos.
O relatório diz que, em 2050, cerca de 40 países no índice terão ao menos um terço de sua população com mais de 60 anos de idade. No caso do Brasil, o índice deverá ser de 28,9% da população.
A ONU afirma esperar que o número global de pessoas com 60 anos ou mais chegue a 1,4 bilhão em 2030.
Com informações de BBC Brasil