A medida – uma exigência da população brasileira – põe fim a um dos mais longos processos a tramitar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que se arrastava por 11 meses entre as mais variadas manobras. Com o resultado, Cunha perde o mandato de deputado e fica inelegível por oito anos, mais o tempo que lhe resta da atual legislatura.
Aliados de Cunha tentaram até o final uma última manobra. O deputado Carlos Marun (PMDB-RS) apresentou uma questão de ordem para que fosse votado um projeto de resolução no lugar do parecer do Conselho de Ética, o que poderia resultar numa pena mais branda, como a suspensão de mandato. A iniciativa, no entanto, foi indeferida.
Operação Lava Jato
A cassação de Cunha se deu por quebra de decoro parlamentar por mentir à CPI da Petrobras, em março de 2015. Na oportunidade, o então presidente da Câmara negou que tivesse contas no exterior. Pouco tempo depois, foram reveladas contas secretas na Suíça em nome do peemedebista e de seus familiares.
Além disso, Cunha é alvo em várias investigações, como a de integrar o esquema de corrupção e pagamento de propina envolvendo a Petrobras e investigado na Operação Lava Jato. Entre as denúncias está a feita pelo ex-consultor da empresa Toyo Setal Júlio Camargo, que relatou à Justiça Federal do Paraná que Cunha lhe pediu propina de US$ 5 milhões.
Fora Todos Eles
A saída de Cunha atende a um clamor popular. A pressão dos brasileiros foi fundamental para que os deputados não livrassem a cara desse corrupto profissional.
Depois da queda de Dilma, que também era rechaçada pela população, e agora da cassação de Cunha, a luta continua pelo “Fora Temer”, “Fora Todos Eles” e a convocação de eleições gerais com mais democracia.
“Dilma e Cunha caíram. Agora é nos mobilizarmos para colocarmos para fora Temer, Renan, Aécio e esse parlamento dominado por corruptos. A luta prossegue”, disse o presidente da Admap, Lauro da Silva.