Acontece que o Supremo não determinou a prisão, mas sim uma medida cautelar, prevista no Código de Processo Penal.
A inusitada coalisão tem um objetivo mais amplo do que apenas livrar Aécio: contra o avanço das investigações da Lava Jato e outras operações de combate à corrupção, eles querem levantam o lema do "um por todos, todos por um".
Mais do que os argumentos jurídicos, o receio de ser Aécio amanhã pesa na decisão dos parlamentares de derrubar a decisão do Supremo, que também determinou a entrega do passaporte do tucano e a proibição de conversar com investigados na Lava Jato – ou seja, três dezenas de senadores.
Dos 81 senadores em exercício, pelo menos 44 respondem a inquérito ou ação penal no próprio Supremo, segundo levantamento do site Congresso em Foco.
A reação ao STF causou a proeza de unir petistas a tucanos e peemedebistas. Em nota com ataques a Aécio, a Executiva Nacional do PT chamou de “esdrúxula” a decisão e incitou o Senado a reagir.
Precedentes
Em dezembro do ano passado, o Senado reagiu à decisão do STF de determinar o afastamento de Renan da presidência da Casa. O argumento do ministro Marco Aurélio Mello era de que Renan não poderia permanecer na linha de substituição do presidente da República sendo réu em processo criminal. Liderado pelo próprio Renan, o Senado se recusou a cumprir a liminar. Dois dias depois, o plenário do STF reverteu a posição de Marco Aurélio.
Fora todos eles
O caso Aécio revela o nível da corrosão do Congresso brasileiro, que, além de atacar direitos históricos dos trabalhadores e aposentados, só pensa em salvar a própria pele.
Se a população não se levantar, as coisas, infelizmente, não vão mudar. "É preciso que a classe trabalhadora se mobilize e que as centrais convoquem uma nova Greve Geral contra os ataques aos direitos e para derrubar Temer e esse Congresso de picaretas. Precisamos de uma alternativa dos trabalhadores", disse o presidente da Admap, Lauro da Silva.