Na quarta-feira (2), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatou a abertura do processo que pode levar à queda de Dilma.
A decisão de Cunha foi uma retaliação ao PT, que recuou de um “acordão” com o deputado para salvá-lo da cassação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
A movimentação de Cunha, envolvido em vários escândalos de corrupção, contou com o suporte dos partidos de oposição de direita, como PSDB, DEM e SD.
Impeachment não é solução
Apesar de Dilma fazer um governo contra os trabalhadores da ativa e os aposentados, o processo de impeachment não resolve a nossa situação.
Se Dilma cair, toma posse o vice Michel Temer (PMDB), que, recentemente, defendeu um programa de seu partido para o país com uma série de ataques à classe trabalhadora.
O documento “Uma ponte para o futuro” propõe o fim de despesas obrigatórias para saúde e educação, fim do piso de um salário mínimo para as aposentadorias e a possibilidade de acordos trabalhistas serem realizados entre patrões e sindicatos mesmo que abaixo do patamar estabelecido pela lei.
O PMDB também defende a imposição de uma idade mínima para a aposentadoria, assim como já é ventilado nos bastidores do governo Dilma.
Principal partido de oposição ao governo petista, o PSDB, por sua vez, aposta no impeachment agora para tentar, em 2018, voltar à Presidência. Apesar da disputa por poder, os tucanos defendem a mesma política econômica desenvolvida atualmente pelo Palácio do Planalto, que está fazendo os trabalhadores, aposentados e os mais pobres pagarem pela crise.
Alternativa dos trabalhadores
Não restam dúvidas: se Dilma cair e Temer sentar na cadeira de presidente, continuarão os ataques aos nossos direitos.
“É preciso tomar as ruas, mas por uma verdadeira alternativa dos trabalhadores, aposentados e do povo pobre, sem Dilma, Temer, Aécio Neves, Eduardo Cunha e Renan Calheiros”, disse o presidente da Admap, Lauro da Silva.