Nos 20 anos analisados até agora, esse foi o sexto maior aumento -- o maior foi registrado em 2002 (23,35%). A pesquisa do Nupes ressalta que a variação no preço da cesta básica em 2015 foi menor que a inflação oficial do ano (10,67%). No entanto, foi maior do que o aumento do salário mínimo no ano passado, que foi de 8,84%.
Um dos responsáveis pela pesquisa, o economista Luiz Carlos Laureano da Rosa disse que o aumento no preço médio da cesta básica tem um impacto maior justamente em famílias de baixa renda. “Para quem ganha um salário mínimo, afeta mais, pois a pessoa acaba deixando de comprar. Para quem ganha quatro ou cinco salários, o impacto é bem menor”, explicou.
Despesa
No ano passado, para o consumidor levar para casa todos os itens considerados necessários no mês, foi preciso desembolsar, em média, R$ 1.364,17.
Das quatro cidades da região em que é feita essa pesquisa, o maior aumento foi registrado em Caçapava, de 10,76%, com o valor chegando a R$ 1.362,19.
Mesmo assim, a cesta básica mais cara continua a ser a de Campos do Jordão (R$ 1.370,81), e a mais barata a de Taubaté (R$ 1.353,41). Em São José, a cesta custa R$ 1.370,29.
Nos últimos três anos, a variação no preço da cesta foi semelhante na região: 9,45% em 2013, 9,37% em 2014 e, agora, 9,73% em 2015.
Mesmo assim, Laureano diz que é difícil prever se haverá aumento em 2016. “Acredito até que não aumente tanto, pois alguns fatores que determinam os preços tendem a não subir tanto. O combustível já subiu bastante e o dólar tende a se estabilizar”, afirmou. “Este ano tem tudo para ser melhor. A expectativa dos economistas é de que a inflação fique na casa dos 7 ou 8% em 2016”, acrescentou.
Novos hábitos
Com o aumento nos preços, muitos consumidores optam por trocar produtos mais caros por outros mais baratos. “Eu troco a carne vermelha por carne de frango, que é um pouco mais barata, mas sempre venho no Mercadão, porque aqui encontro preços melhores”, disse o segurança Tiago Marcelino, de 27 anos.
Outros ainda reclamam da qualidade dos produtos da cesta básica. “Houve um aumento de tudo o que é necessário, arroz, feijão, cebola, tomate, e a qualidade desses alimentos está muito ruim”, reclamou a funcionária pública Clara Hirata, de 55 anos.
Fonte: Jornal O Vale