POLÍTICA ECONÔMICA DOS PATRÕES

Com privatizações, Dilma avança nos ataques contra os trabalhadores

Com privatizações, Dilma avança nos ataques contra os trabalhadores
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Dia após dia, os trabalhadores continuam a ser bombardeados com os ataques do governo Dilma e sua política que beneficia essencialmente os bancos e grandes empresas. Inflação, aumento das tarifas, cortes nos investimentos sociais e retirada de direitos trabalhistas e previdenciários. A lista é bem extensa e, agora, será ampliada com um bilionário pacote de privatizações, que inclui rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Com este “presente” dado às empresas - especialmente às empreiteiras -, o governo pretende atrair investimentos da ordem de R$ 198 bilhões. Mas não pense que o dinheiro a ser investido sairá dos cofres dos empresários. Muito pelo contrário. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai financiar até 70% dos projetos. Tudo, é claro, a longo prazo. Em resumo, é dinheiro público sendo usado para garantir o lucro dos grupos econômicos envolvidos.

Mesmo pagando a conta das concessões, a população também será penalizada com o aumento dos pedágios. O próprio ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que os investimentos serão compensados por aumento dos pedágios e do tempo de concessão das rodovias.

O prazo para a entrega do Programa de Investimentos em Logística (PIL) vai além do mandato da presidente Dilma. Nos próximos três anos (2015-2018), estão previstos R$ 69,2 bilhões. O grosso mesmo (R$ 129,2 bilhões) vem a partir de 2019, quando Dilma já terá deixado a Presidência.

Inflação
Todo mundo já sentiu no bolso aquilo que foi anunciado nesta quarta-feira, dia 10: a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou a 8,47% nos últimos 12 meses. É a maior taxa desde 2003! Em maio, os preços também ficaram bem salgados. O índice foi de 0,74%, o mais alto desde 2008.

Segundo o IBGE, responsável pelo índice, a energia elétrica e a alimentação foram os maiores responsáveis pelo aumento do custo de vida do brasileiro. Só a energia elétrica registrou um aumento de 54,2% em um ano. O preço da cebola foi de chorar: subiu mais de 100% nos últimos 12 meses.

Para tentar controlar a inflação, o governo tem usado um remédio amargo, a alta dos juros. O Banco Central elevou a taxa básica de juros para 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos. Ao tomar esta medida, o Planalto mais uma vez penaliza o trabalhador, que vai pagar ainda mais caro pelas compras parceladas e pelos empréstimos bancários.

Mas este não é o único aspecto negativo. O aumento da taxa de juros se reflete também nos gastos com a dívida pública. Entenda: como a taxa Selic é utilizada para remunerar os próprios títulos da dívida, cada reajuste nos juros do Banco Central provoca um aumento inesperado nas despesas orçamentárias do período; como a dívida do Brasil já superou a marca de R$ 2 trilhões, cada ponto percentual de aumento na Selic representa uma despesa extra de R$ 20 bilhões ao longo de um ano.

Redução de direitos
A presidente Dilma deve sancionar, nos próximos dias, as medidas provisórias 664 e 665, que restringem o acesso ao seguro-desemprego, abono salarial (PIS), pensão por morte e auxílio-doença. Essas medidas fazem parte do ajuste fiscal do governo, que tira da população para dar aos banqueiros.

A pensão por morte é um dos direitos atacados pela MP 664. Com a nova regra, a pessoa casada há menos de dois anos e que fica viúva só vai receber quatro meses de pensão. E mesmo aquelas pessoas casadas há muito tempo, caso tenham menos de 44 anos de idade, perdem o direito à pensão vitalícia (por toda a vida).

Por exemplo, uma mulher que fica viúva aos 41 anos deixará de receber a pensão aos 61 anos. Isto é, o Estado vai desamparar a viúva justamente na velhice, momento em que ela mais precisa.

A MP 665 também piora o que já era ruim. O PIS, aquele abono salarial que o governo paga anualmente ao trabalhador que recebe até dois salários mínimos, agora será proporcional ao tempo trabalhado. Por exemplo, quem trabalhou seis meses no ano vai receber só metade de um salário mínimo.

E o seguro-desemprego, benefício concedido a quem tinha trabalho pelo menos seis meses, agora será pago apenas a quem trabalhar o dobro do período.

Para barrar todos esses ataques, a classe trabalhadora precisa agir. A CSP-Conlutas defende a realização de uma Greve Geral no país em defesa do emprego e dos direitos e contra o ajuste fiscal do governo Dilma.

"A política econômica do governo Dilma está trazendo graves consequências para os trabalhadores, que sofrem todos os dias com a inflação, os cortes de investimentos em serviços públicos e a retirada de direitos. A Greve Geral é necessária e urgente", afirma o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos José Eduardo Gabriel, o Bob.

Fonte: www.sindmetalsjc.org.br