Crise do coronavírus

Conduta irresponsável de Bolsonaro coloca em risco milhares de vida

Conduta irresponsável de Bolsonaro coloca em risco milhares de vida
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Tem causado muita indignação e perplexidade a postura do presidente Jair Bolsonaro durante a atual crise do coronavírus. Seus pronunciamentos e entrevistas têm relativizado a grave ameaça representada pela Covid-19, doença que ele insiste chamar de "gripezinha" e que já infectou mais de 700 mil pessoas em todo o mundo. Além de irresponsável, trata-se de uma atitude criminosa!

No pronunciamento que fez em cadeia de rádio e TV, na terça-feira (24), Bolsonaro expôs a sua visão de que o Brasil não pode parar, para evitar danos à economia. É uma posição que vai na contramão de todos os países do mundo, que estão investindo trilhões de dólares para combater a doença e, ao mesmo tempo, garantir condições mínimas para que suas populações fiquem em casa, para deter a proliferação do vírus.

O presidente defendeu a suspensão da quarentena decretada em escolas, comércios e das restrições às aglomeração de pessoas e confinamento social. Além disso, seu discurso foi particularmente ofensivo com as pessoas acima de 60 anos, ao deixar subentendido que a Covid-19 seria um problema apenas para os idosos.

No domingo (29), Bolsonaro deu mais uma prova de sua irresponsabilidade ao visitar comércios e aglomerar pessoas nas proximidades de Brasília.

Até as 18h desta segunda-feira (30), o Brasil contabilizava 159 mortos e 4.579 casos confirmados do novo coronavírus.

Defender a vida, empregos e direitos
Bolsonaro é cínico e mentiroso quando tenta colocar em lados opostos a defesa da vida e da economia. Ambos aspectos estão nas mãos dele, mas, infelizmente, além do absoluto despreparo para conduzir o país, o presidente adota uma linha de atuação mórbida, segundo a qual vale mais poupar dinheiro do governo e dos poderosos do que salvar vidas. "Alguns vão morrer. Lamento. Essa é a vida!", disse ele, em entrevista à TV Bandeirantes, na sexta (27).

Diante da pandemia de coronavírus e da crise econômica mundial, é possível e preciso defender, acima de tudo, a vida das pessoas, os empregos, salários e direitos.

“Eles falam que é preciso escolher entre salvar vidas ou salvar a economia e os empregos. Mentem descaradamente. Pois a política de Bolsonaro e dos empresários não é garantir os empregos, até porque as propostas que defendem é demitir e reduzir direitos. Eles querem é apenas defender os seus lucros à custa da morte de milhares de pessoas e de ataques às condições de vida”, disse o dirigente nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha.

“Há medidas que podem garantir os empregos e impulsionar a economia. É preciso proibir demissões, decretar estabilidade no emprego, proteger os salários e direitos, garantir renda para os trabalhadores informais, extensão do seguro-desemprego, financiamento para os pequenos comerciantes e empresários, produção planejada da produção para fabricação de produtos, medicamentos e equipamentos para combate à pandemia, entre outras. Basta gerenciar os recursos do país em defesa da vida, dos empregos, e não dos lucros”, completou Mancha.

Aposentados
A Admap continua orientando os aposentados e pensionistas a se protegerem. É necessário permanecer em isolamento social para se evitar a contaminação pelo vírus, que tem se mostrado mais letal para as pessoas mais idosas.

"Estamos muito preocupados com os nossos aposentados e pensionistas, nesse momento gravíssimo em que temos um irresponsável na Presidência da República", afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.

"Em nome dos aposentados, queremos saber a posição da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) e da Fapesp (Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo), entidades as quais a Admap é filiada, sobre essa situação e a postura de Bolsonaro. Mesmo em casa, confinados, precisamos mostrar o nosso repúdio a tanto descaso com as nossas vidas", acrescentou.