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Confira a posição da Admap sobre as manifestações do dia 13 de março

Confira a posição da Admap sobre as manifestações do dia 13 de março
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O Brasil viu no dia 13 de março um dos maiores protestos já realizados na sua história. Só em São Paulo, local de maior concentração, foram 500 mil pessoas na Avenida Paulista, segundo o Datafolha, ou 1,4 milhão, de acordo com a Polícia Militar. Em todo o Brasil, estima-se em mais de 3 milhões o número de manifestantes.

Segundo o mesmo instituto, a maior parte das pessoas que foram às ruas em São Paulo pertence às camadas mais ricas da população: 50% ganham de 5 a 20 salários mínimos por mês e 13% têm salários acima 20 salários mínimos. Apenas 6% do público que foi protestar na Paulista ganha até dois salários.

O principal alvo dos atos foi o governo da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. Com faixas, cartazes e gritos de guerra, as pessoas pediam a saída de Dilma do Palácio do Planalto. Por outro lado, houve um massivo apoio à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro, que tem encabeçado as investigações.

Por mais que o foco dos protestos tenha sido a gestão petista, expoentes da oposição de direita – que, inclusive, ajudaram a convocar as manifestações – foram vaiados pelos presentes. Foi o caso do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enxotados do protesto realizado na capital paulista. Isso mostra que a aversão aos políticos tem se tornado cada vez mais generalizada.

De maneira geral, podemos afirmar que as camadas mais populares da população, mesmo sem sair às ruas, simpatizam com as manifestações contra Dilma e o PT. E não é difícil entender: os mais pobres são as maiores vítimas da política econômica do governo, que trouxe, entre outras medidas, um severo ajuste fiscal, alta da inflação, enxugamento dos investimentos sociais, fim das pensões por morte vitalícias para cônjuges com menos de 44 anos e cortes no seguro-desemprego.

Por que a Admap não participou
A diretoria da Admap decidiu não participar dos protestos do dia 13 por entender que seus convocantes (Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua, Revoltados Online e partidos de direita, como PSDB, DEM, Solidariedade) não representam os trabalhadores e os aposentados.

Se corretamente estas organizações denunciam a corrupção que infesta o governo Dilma, por outro lado, poupam outras figuras igualmente envolvidas em falcatruas, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Outra incompatibilidade diz respeito às pautas mais gerais defendidas por estes grupos. Em sua maioria, são agrupamentos que defendem o “Estado mínimo” (a falta de participação do governo em políticas sociais), as privatizações e o ajuste fiscal, que, como já mencionamos, tem atacado severamente trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas.

Mais um fato a se destacar: durante as manifestações não se viu uma faixa ou cartaz contra a reforma da Previdência preparada pelo governo Dilma e que conta com o apoio do Congresso, PSDB, DEM, Solidariedade e de outros partidos.

Se a nossa Associação não participou dos protestos do dia 13, coerentemente não participará das manifestações em apoio ao governo Dilma, marcadas para o dia 18 e 31 deste mês. Não é possível ficar ao lado de um governo que tem desferido tantos golpes contra a classe trabalhadora e, agora, parece caminhar para o precipício.

Para a Admap e outras organizações, como a CSP-Conlutas, é preciso colocar todos para fora: a presidente Dilma, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e todo o Congresso. É preciso exigir a saída de todos eles, a convocação de eleições gerais e o fim do ajuste fiscal e os demais ataques aos nossos direitos.

Dia 1º de abril será a nossa vez
A Admap vai participar das manifestações convocadas pelo “Espaço Unidade de Ação” no próximo dia 1º de abril em vários estados. Em São Paulo, o protesto será na Avenida Paulista.

Segundo Joaninha Oliveira, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, “a principal tarefa que está colocada é construir uma alternativa aos dois blocos que disputam o poder, a partir das mobilizações e lutas que heroicamente, os trabalhadores, a juventude e movimentos populares vêm travando”.

Nesta data, conhecida como “dia da mentira” será a hora de dizer a verdade: “Basta de Dilma, desse Congresso, do PMDB, PSDB e demais alternativas de direita”!