Por 11 votos a 9, os deputados acataram o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que afirma que Cunha quebrou o decoro ao mentir sobre ter contas no exterior durante depoimento na CPI da Petrobras.
Agora, o processo contra Cunha precisa ser analisado no plenário da Câmara dos Deputados. Para que o peemedebista tenha o mandato cassado, é preciso pelo menos 257 votos, maioria simples entre 513 deputados.
Mas o presidente da Câmara afastado não desiste e diz que vai recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para barrar a revogação do seu mandato.
“Mais do que nunca, é preciso manter a pressão popular para sacramentar a cassação desse corrupto, que tem desafiado o povo brasileiro com suas manobras para se manter no poder. Fora Cunha já”, disse o presidente da Admap, Lauro da Silva.
Saiba mais
O processo de Cunha no Conselho de Ética é considerado o mais longo no colegiado e foi marcado por inúmeras manobras que protelaram a decisão dessa terça-feira.
A representação contra Cunha foi entregue pelo PSOL e Rede à Mesa Diretora da Câmara no dia 13 de outubro de 2015. A Mesa, comandada por Cunha, levou o prazo máximo de 14 dias para realizar a tarefa de numerar a representação e enviá-la ao Conselho de Ética, o que retardou o início dos trabalhos do colegiado. O processo só foi instaurado quase um mês depois da representação, em 3 de novembro de 2015.
Depois disso, as manobras protelatórias continuaram por meio de sucessivos pedidos de vistas da chamada “tropa de choque” de Cunha, troca do relator do Conselho de Ética e outras artimanhas.