Mobilização

Contra privatização e ataque a direitos, trabalhadores ocupam Casa da Moeda

Contra privatização e ataque a direitos, trabalhadores ocupam Casa da Moeda
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Nenhuma grande nação abre mão de produzir a sua própria moeda, até por se tratar de uma questão estratégica e de soberania nacional. O governo Jair Bolsonaro, na contramão do mundo, está propondo justamente que o Estado brasileiro abra mão dessa prerrogativa.

Contra essa situação, os trabalhadores da Casa da Moeda do Brasil (CMB) ocuparam a sede da estatal, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (10).

O estopim da revolta foi uma entrevista concedida pelo presidente da Cada da Moeda, Fábio Rito, que defendeu cortes para “tornar a empresa competitiva” para, logo em seguida, ser privatizada.

Durante a ocupação, que se estendeu até as 22h30, os diretores se trancaram em suas salas em meio à revolta dos trabalhadores, que exigiram a saída de Fábio Rito da presidência. Em meio a vaias, a diretoria da CMB teve de solicitar escolta da segurança para poder deixar o prédio.

O protesto dos trabalhadores terminou com um abraço simbólico em torno do prédio da estatal.

Ataques aos direitos
Em 1º de janeiro venceu o Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre a empresa e o Sindicato Nacional dos Moedeiros, que representa os 2 mil trabalhadores da Casa da Moeda. Com isso, a administração anunciou uma série de ataques aos direitos, entre eles, a redução do adicional de periculosidade, fim do vale-alimentação e cartão remédio e aumento no valor do convênio médico.

Além disso, a direção da CMB também tem intensificado ações antissindicais.

Antes de ser eleito, Bolsonaro dizia estar ao lado dos moedeiros na luta contra a privatização. Agora, a estatal sofre um claro desmonte e está na mira do governo para ser vendida. O ministro da Economia, Paulo Guedes, colocou a CMB no pacotão de 17 empresas públicas que podem ser privatizadas.

"Toda a nossa solidariedade aos trabalhadores da Casa da Moeda. Precisamos unir forças para barrar os ataques aos direitos e as privatizações que ameaçam todos os brasileiros. É preciso ir à luta", afirma o presidente da Admap, Lauro da Silva.