Corrupção

Delator envolve Temer, cúpula do PMDB e Aécio em repasse de propina

Delator envolve Temer, cúpula do PMDB e Aécio em repasse de propina
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A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgada na semana passada, revela pagamento de propina a políticos de grosso calibre, como o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves. Também provocou a queda do terceiro ministro do governo interino.

Machado listou pelo menos 20 políticos de partidos como PMDB, PT, PSDB, DEM, PCdoB, dentre outros, que teriam recebido recursos desviados do Sistema Petrobras. O esquema funcionava da seguinte forma: para garantir os contratos com a estatal, as empreiteiras realizavam pagamentos mensais de propina aos políticos, sendo parte em dinheiro vivo e parte por meio de doações supostamente legais.

Como exemplo, Machado cita uma conversa em que Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012. O pagamento seria camuflado como doação legal de empreiteiras.

O ex-executivo disse que distribuiu mais de R$ 70 milhões em propinas para a cúpula do PMDB. Ele disse que repassou para o senador Renan Calheiros R$ 30 milhões. Ao senador Romero Jucá, aproximadamente R$ 20 milhões. O ex-presidente José Sarney também recebeu cerca de R$20 milhões. Contou ainda que abasteceu as contas dos senadores Edson Lobão e Jáder Barbalho.

Sérgio Machado foi presidente da Transpetro por 12 anos. Entrou em 2003, no governo Lula, e saiu no ano passado, no governo Dilma - quando a operação Lava Jato já tinha começado.

Ainda segundo Machado, todo contrato de empresas privadas com o setor público incluía o chamado “custo político”, um percentual a ser destinado à propina, que varia de 3% para contratos federais até 30% em nível municipal.

Pediu pra sair
Acusado de ser agraciado com R$ 1,55 milhão em propina pela Queiroz Galvão, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, renunciou ao cargo na quinta-feira (16). Alves foi a terceira baixa em 35 dias de governo Temer. Antes, caíram os ministros do Planejamento, Romero Jucá, e da Transparência, Fabiano Silveira.

Sérgio Machado também revelou que captou cerca de R$ 7 milhões em recursos ilícitos para eleger deputados do PSDB na campanha de 1998, quando Fernando Henrique Cardoso foi reeleito presidente. Do total, R$ 1 milhão foi para a campanha de Aécio Neves. Na época, Machado era senador pelo PSDB, depois migrou para o PMDB.

Fora Temer e todos eles
A cada dia, o governo de Michel Temer se torna mais insustentável. Em uma resposta absolutamente vazia, o presidente interino disse que, se tivesse cometido o delito denunciado por Machado, “não teria condições de presidir o país”.

“Essas denúncias revelam as artimanhas dos políticos para esconder suas práticas corruptas debaixo de uma suposta legalidade. Também mostra que a corrupção está em todos os níveis de poder, federal, estadual e municipal. Ninguém se salva! Por isso, refirmamos: fora Temer, Dilma e todos eles! Queremos eleições gerais para colocar para fora todos esses corruptos”, afirma Valmir Mariano da Silva, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

Fonte: www.sindmetalsjc.org.br