Machado listou pelo menos 20 políticos de partidos como PMDB, PT, PSDB, DEM, PCdoB, dentre outros, que teriam recebido recursos desviados do Sistema Petrobras. O esquema funcionava da seguinte forma: para garantir os contratos com a estatal, as empreiteiras realizavam pagamentos mensais de propina aos políticos, sendo parte em dinheiro vivo e parte por meio de doações supostamente legais.
Como exemplo, Machado cita uma conversa em que Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012. O pagamento seria camuflado como doação legal de empreiteiras.
O ex-executivo disse que distribuiu mais de R$ 70 milhões em propinas para a cúpula do PMDB. Ele disse que repassou para o senador Renan Calheiros R$ 30 milhões. Ao senador Romero Jucá, aproximadamente R$ 20 milhões. O ex-presidente José Sarney também recebeu cerca de R$20 milhões. Contou ainda que abasteceu as contas dos senadores Edson Lobão e Jáder Barbalho.
Sérgio Machado foi presidente da Transpetro por 12 anos. Entrou em 2003, no governo Lula, e saiu no ano passado, no governo Dilma - quando a operação Lava Jato já tinha começado.
Ainda segundo Machado, todo contrato de empresas privadas com o setor público incluía o chamado “custo político”, um percentual a ser destinado à propina, que varia de 3% para contratos federais até 30% em nível municipal.
Pediu pra sair
Acusado de ser agraciado com R$ 1,55 milhão em propina pela Queiroz Galvão, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, renunciou ao cargo na quinta-feira (16). Alves foi a terceira baixa em 35 dias de governo Temer. Antes, caíram os ministros do Planejamento, Romero Jucá, e da Transparência, Fabiano Silveira.
Sérgio Machado também revelou que captou cerca de R$ 7 milhões em recursos ilícitos para eleger deputados do PSDB na campanha de 1998, quando Fernando Henrique Cardoso foi reeleito presidente. Do total, R$ 1 milhão foi para a campanha de Aécio Neves. Na época, Machado era senador pelo PSDB, depois migrou para o PMDB.
Fora Temer e todos eles
A cada dia, o governo de Michel Temer se torna mais insustentável. Em uma resposta absolutamente vazia, o presidente interino disse que, se tivesse cometido o delito denunciado por Machado, “não teria condições de presidir o país”.
“Essas denúncias revelam as artimanhas dos políticos para esconder suas práticas corruptas debaixo de uma suposta legalidade. Também mostra que a corrupção está em todos os níveis de poder, federal, estadual e municipal. Ninguém se salva! Por isso, refirmamos: fora Temer, Dilma e todos eles! Queremos eleições gerais para colocar para fora todos esses corruptos”, afirma Valmir Mariano da Silva, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br