Enquanto garante maiores lucros aos patrões, a desoneração representa uma séria ameaça à Previdência Social. A iniciativa foi responsável por fazer o governo deixar de arrecadar R$ 13,2 bilhões somente no ano passado. Para 2014, a previsão de perda é praticamente o dobro, R$ 21,6 bilhões.
Com a desoneração da folha, 56 setores patronais deixam de pagar a contribuição à Previdência equivalente a 20% sobre os salários dos trabalhadores. Em seu lugar, é recolhido apenas 1% ou 2% sobre o faturamento da empresa. Atualmente, 56 setores usufruem do benefício.
O Palácio do Planalto havia prometido que o Tesouro Nacional iria ressarcir os cofres da Previdência, mas isso não tem acontecido integralmente.
Ou seja, enquanto faz "bondades" aos empresários com dinheiro do INSS, Dilma se recusa a dar aumento real -- acima da inflação -- para aposentados e pensionistas.
"Está tudo invertido, com os patrões recebendo mais um presente bilionário do governo e os aposentados lutando para sobreviver com um benefício cada vez mais achatado. Não custa recordar que, este ano, os aposentados e pensionistas que recebem acima do piso tiveram um reajuste inferior à inflação oficial", disse o presidente da Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba), Lauro da Silva.
O presidente da Admap ainda destaca que a luta pela recuperação das perdas dos inativos vai continuar. "Precisamos aproveitar a onda de mobilizações no país e colocar o nosso bloco na rua. Temos de exigir aumento real nos benefícios e recuperação das perdas em relação ao salário mínimo, com a aprovação do projeto de lei 4434/08, que está adormecido na Câmara", acrescentou Lauro.
Foto: Tanda Melo