Na última sexta, dia 28, Dilma anunciou parte do time de ministros do próximo governo. Bem diferente do que prometia em sua campanha, quando fazia discursos contra o alinhamento de seus adversários com banqueiros, uma das primeiras determinações foi colocar um executivo de um dos maiores bancos do Brasil no comando da política econômica. Quem assumirá o Ministério da Fazenda é o ex-diretor do Bradesco Joaquim Levy.
Levy é da corrente de pensamento que faz de tudo e mais um pouco para garantir os lucros dos banqueiros e investidores internacionais. Tanto é que já anunciou a política econômica que será aplicada no país: um duro ajuste fiscal, com cortes drásticos no que são considerados pelo governo "gastos excessivos", como o seguro desemprego, abono salarial e pensões. Na prática, isso significa tirar direitos dos trabalhadores para garantir o pagamento da dívida externa.
E não é só no Ministério da Fazenda que o cenário é ruim. Nelson Barbosa assumiu o Ministério do Planejamento. Barbosa, que veio da Fundação Getúlio Vargas, é um homem também muito relacionado com o mercado financeiro. O Banco Central continua com Alexandre Tombini.
O Ministério do Desenvolvimento foi entregue para o senador Armando Monteiro, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, principal órgão de representação dos patrões.
E para completar a seleção dos sonhos dos patrões, o nome cogitado para o Ministério da Agricultura é o de Kátia Abreu, principal representante dos ruralistas, líder da bancada dos latifundiários no Congresso e inimiga confessa do movimento sem-terra e da luta por reforma agrária. Para se ter uma ideia, quando foi senadora, Kátia Abreu foi agraciada com títulos como o "Miss Desmatamento" e o "Motosserra de Ouro", dados pelo Greenpeace.
Ataques aos direitos
Já as centrais pelegas CUT, Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central, ao invés de se colocarem ao lado dos trabalhadores, apresentaram um projeto que coloca a possibilidade de redução da jornada de trabalho com redução de salários, nos momentos em que as empresas considerarem necessários. O Sindicato e a CSP-Conlutas são contra a mais este ataque aos direitos dos trabalhadores. Defendemos a redução da jornada sem redução de salário.
Essas medidas só demonstram que o compromisso do governo Dilma continua sendo com os empresários. Os patrões continuam sendo beneficiados pelo governo, enquanto a classe trabalhadora só perde.
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br