Rei do calote

Diretor da Fiesp é pessoa física que mais deve à União: R$ 6,9 bilhões

Diretor da Fiesp é pessoa física que mais deve à União: R$ 6,9 bilhões
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Enquanto querem que os trabalhadores “paguem o pato” da crise com perda de direitos, terceirização e jornada de 80 horas semanais, os grandes empresários brasileiros continuam vivendo um clima de bonança e conforto, mesmo quando devem bilhões de reais aos cofres públicos.

O empresário Laodse de Abreu Duarte, um dos diretores da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), é o maior devedor da União entre as pessoas físicas. Sua dívida é maior do que a dos governos da Bahia, de Pernambuco e de outros 16 Estados individualmente: R$ 6,9 bilhões.

Laodse – que já foi condenado à prisão por crime contra a ordem tributária, mas recorreu – é um dos milhares de integrantes do cadastro da dívida ativa da União, que concentra débitos de difícil recuperação.

Além de Laodse, aparecem no topo do ranking dos devedores pessoas físicas dois de seus irmãos: Luiz Lian e Luce Cleo, com dívidas superiores a R$ 6,6 bilhões. No caso desses três irmãos, quase a totalidade do valor atribuído a cada um diz respeito a uma mesma dívida, já que eles eram gestores de um mesmo grupo empresarial familiar que está sendo cobrado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

A soma dos valores devidos por empresas e pessoas para o governo federal ultrapassou recentemente R$ 1 trilhão. São milhões de devedores, mas uma pequena elite domina o topo desse indesejável ranking: os 13,5 mil que devem mais de R$ 15 milhões são responsáveis, juntos, por uma dívida de R$ 812 bilhões aos cofres federais –mais de três quartos do total devido à União.

O débito desses maiores devedores representa cinco vezes o buraco total no Orçamento federal previsto para 2016.

Esse é o resultado do sistema capitalista num país atrasado e corrupto como o Brasil. Os de cima devem milhões (ou bilhões!) sem se preocupar em ser importunados. Já os debaixo, quando não conseguem pagar a luz ou o aluguel, têm a energia cortada e recebem ordem de despejo.