A conta, feita pela organização Auditoria Cidadã da Dívida, leva em consideração o montante da dívida, que até dezembro de 2015 somava R$ 5,7 trilhões, dividido por uma população de 200 milhões de brasileiros.
“Chegamos ao fatídico dado que hoje cada brasileiro que nasce já possui uma dívida de R$ 28.627,19, sem necessariamente ter recebido algo em troca por isso”, diz nota da organização, publicada no Facebook.
Ralo das contas públicas
O sistema da dívida é o verdadeiro ralo das contas públicas brasileiras. Ano após ano, praticamente metade do orçamento federal tem sido gasto com essa dívida, que tem vários indícios de ilegalidades, nunca sequer foi auditada e só beneficia grandes bancos (propriedades dos homens mais ricos do planeta).
Em 2015, por exemplo, a dívida consumiu R$ 962 bilhões, ou seja 42% do gasto federal. Já os gastos com saúde e educação, por exemplo, não chegaram a 4% cada.
O serviço da dívida – como é chamado esse sistema perverso que perpetua a situação de extrema desigualdade social no país e condena milhões de brasileiros à miséria – é um poço sem fundo: apesar das enormes quantias pagas, a dívida só aumenta. São juros sobre juros, contratações obscuras, beneficiados ditando as regras que os continuarão beneficiando e nenhum interesse dos governantes em abrir essa caixa preta.
Em janeiro, a então presidente Dilma Rousseff (PT) vetou a proposta aprovada no Congresso Nacional que estabelecia uma auditoria na dívida com participação de organizações da sociedade civil. Mais uma traição do governo petista.
O presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), também não mexerá no lucro dos banqueiros (a não ser para aumentá-los), mas quer reduzir gastos obrigatórios com saúde e educação, privatizar tudo o que for possível, aumentar a idade da aposentadoria dos brasileiros e cortar uma série de direitos trabalhistas.