Segundo a professora do Departamento de Enfermagem da UnB e coordenadora do seminário, Dirce Guilhem, o Brasil demorou 20 anos para chegar a um número grande de idosos, enquanto países como os Estados Unidos e os da Europa tiveram 100 anos para se preparar para enfrentar todas as demandas que decorrem do envelhecimento populacional.
“Em 20 anos, o Brasil mudou o perfil epidemiológico, estamos atualmente com 15 milhões de idosos acima de 60 anos, e chegaremos a um número muito maior em 2020 e 2050. Mas nós não estamos preparados para trabalhar com o idoso, os serviços de saúde e as instituições sociais não estão preparadas. Os idosos têm vários agravos à saúde, além das demências, que até há pouco tempo a gente não conhecia e que hoje já conseguimos identificar”, disse Dirce Guilhem.
Além do tratamento de saúde adequado, a professora destaca a necessidade de inserir os idosos no contexto social. “Até agora, o idoso se aposenta e perde o lugar na sociedade, passa a ser uma pessoa descartável, já que não está mais no mercado de trabalho, o que é injusto, porque muitos sustentam as famílias com suas aposentadorias”.
Para Dirce Guilhem, é importante que os serviços de saúde ofereçam terapias com grupos de idosos e também que sejam criadas casas de longa permanência que promovam a interação dos idosos na sociedade, atualmente atendidos apenas em asilos para aqueles com grau avançado de demência ou problemas graves de saúde. As conferências e oficinas do seminário estão sendo oferecidas no auditório do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) na capital federal.
Fonte: Agência Brasil