A CSP-Conlutas, entidade a qual a Admap é filiada, é frontalmente contra a medida.
A nova articulação do governo vem na linha de ataques aos trabalhadores, adotada após as eleições: aumento de tarifas e gasolina, alta dos juros, estudo para cortar gastos públicos e, agora, redução de salário.
Outra medida em discussão nos corredores do Planalto é a redução das pensões por morte, que afetaria milhões de mulheres que perderam seus maridos. O seguro-desemprego também está na mira da equipe de Dilma.
Redução de salário
O governo quer propor a redução da jornada de trabalho, com diminuição de salários no mesmo patamar, nas empresas que se disserem "afetadas pela crise econômica". Parte do salário poderia ser complementado com dinheiro público, mas isso ainda não está claro.
Recentemente, Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT, falou a uma emissora de TV da experiência que existe da Alemanha, onde, segundo suas palavras, os contratos e os salários podem ser cortados até pela metade.
Para implementar esse ataque, Dilma deve editar uma medida provisória, mas não se descarta o envio de projeto de lei ao Congresso.
"Nem que a vaca tussa"?
Na campanha eleitoral, a presidente Dilma disse que não mexeria nos direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa". Passado apenas um mês da divulgação do resultado do segundo turno, a presidente vai na direção completamente oposta do seu discurso.
"É um absurdo esta série de ataques preparados pelo governo. Nós, aposentados, estamos juntos com os trabalhadores da ativa para enfrentar esta situação. Eles também querem atacar os nossos direitos e, agora, é hora da união de todos. Vamos às ruas para defender os nossos direitos", disse o diretor da Admap e da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) Josias de Oliveira Melo.