Reajuste

Governo prevê 8,84% ao salário mínimo, mas aos aposentados só a inflação

Governo prevê 8,84% ao salário mínimo, mas aos aposentados só a inflação
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O salário mínimo será de R$ 788,06 a partir de janeiro de 2015, segundo a proposta de Lei Orçamentária Anual elaborada pelo governo federal e enviada esta semana ao Congresso Nacional.

O valor, que ainda pode mudar, representa um reajuste de 8,84% em relação aos atuais R$ 724.

Para os aposentados e pensionistas que recebem acima do piso - que é justamente um salário mínimo -, o governo não prevê nada de aumento real, apenas a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), algo em torno de 5%.

O valor do salário mínimo, que serve de referência para quase 50 milhões de brasileiros, é calculado com base no percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado mais a reposição da inflação do ano anterior.

Reajustes insuficientes
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócios Econômicos) diz que o "salário mínimo necessário" - valor que atenderia as necessidades básicas de uma família, conforme prevê a Constituição - deveria ser de R$ 2.915,07 no mês de julho (a pesquisa é feita em todos os meses do ano).

Isso mostra como o reajuste de 8,84% é baixo. Mas pior situação vive os aposentados e pensionistas, que receberão apenas a reposição inflacionária que não representa, verdadeiramente, seus gastos, por exemplo, com saúde.

Mobilização
Para a Admap, os aposentados e pensionistas só vão conseguir mudar essa situação se houver mobilização.

"É preciso que passemos a incomodar, caso contrário, o governo, seja ele qual for, vai continuar achatando o valor das nossas aposentadorias, enquanto recursos são desviados do caixa da Previdência, realidade que vivenciamos hoje", afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.

O movimento UNA-SE, que reúne aposentados dos setores público e privado, reivindica a aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei 4434/08 e da PEC 555. O primeiro atualiza os benefícios dos segurados do INSS de acordo com o número de salários mínimos da época da concessão do benefício. Já a mencionada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) acaba com a contribuição de aposentados do serviço público.