Ataques aos direitos

Governo Temer apresenta reforma da Previdência a centrais

Governo Temer apresenta reforma da Previdência a centrais
Notícias

O governo Michel Temer (PMDB) apresentará às centrais sindicais as linhas gerais da sua proposta de reforma da Previdência, nesta terça-feira (4). O ministro Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, foi encarregado de buscar um "diálogo" com os sindicatos.

Na reunião desta terça, ele receberá um grupo de dirigentes liderado pelo deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), que é presidente da Força Sindical.

Para a CSP-Conlutas, central a qual a Admap é filiada, não pode haver "diálogo" sobre qualquer redução de direitos. O que é preciso é preparar uma Greve Geral, com participação de todas as centrais sindicais, para derrubar as reformas que retiram direitos e o próprio Temer.

Depois dos sindicatos, o governo pretende ouvir entidades ligadas ao setor previdenciário e líderes dos partidos aliados, e só então enviar a reforma para o Congresso.

A Casa Civil e a área econômica do governo querem que a proposta seja encaminhada antes do segundo turno das eleições, mas a ala política do governo prefere evitar riscos para os candidatos dos partidos que apoiam Temer.

A reforma
De acordo com a proposta de reforma, além de ter pelo menos 65 anos de idade, o brasileiro terá de contribuir com a Previdência Social por 45 ou 50 anos para ter direito ao valor integral da aposentadoria.

O período mínimo de contribuição seria de 25 anos, mas, neste caso, o segurado teria o corte de até 25% no valor do benefício.

A proposta do governo também deverá mudar a fórmula de cálculo das aposentadorias. São duas possibilidades que estão sendo avaliadas e que devem ser definidas nos próximos dias.

Em um dos cenários, quem se aposentar com os requisitos mínimos (65 anos de idade e 25 de contribuição) receberia 75% da média salarial, acrescida de 1 ponto porcentual a cada ano extra de contribuição. Nesse caso, para ter direito ao benefício integral, o trabalhador teria que somar 50 anos de contribuição.

Outra possibilidade seria o porcentual de 80%, também somado aos percentuais adicionais por tempo de contribuição. Nesse caso, o trabalhador teria que somar 45 anos de contribuição para chegar ao benefício integral.

“Não pode haver diálogo com quem quer retirar direitos dos trabalhadores e continua causando rombos na Previdência Social, através da DRU (Desvinculação das Receitas da União), da desoneração da folha de pagamento das empresas e da não cobrança das dívidas das grandes empresas. Nossa resposta ao governo precisa ser na luta, com trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. A exemplo da mobilização nacional do dia 29 de setembro, é hora de preparar uma Greve Geral contra a reforma da Previdência e os demais ataques desse governo”, afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.

“Esta luta também é dos aposentados. Não vamos permitir que nossos filhos e netos sejam prejudicados e tenham menos direitos que nós, porque o governo quer usar o dinheiro da Previdência para pagar os juros e os títulos da dívida pública”, acrescentou.