Atualmente, é possível obter a aposentadoria integral quando o tempo de contribuição mais a idade do trabalhador somam 85 pontos, no caso das mulheres, e 95 pontos, no caso dos homens. Assim, por exemplo, uma mulher com 55 anos de idade precisa ter 30 anos de contribuição para receber 100% do benefício.
A partir do dia 31, contudo, a fórmula muda para 86/96, ou seja, a soma da idade mais o tempo de contribuição aumentará em um ano, tanto para homens, quanto para as mulheres. Ou seja, a partir de 2019, uma mulher de 55 anos de idade precisará contribuir por 31 anos para ter direito ao benefício integral.
Esse sistema será gradualmente aumentado até 2026, quando as mulheres terão de atingir 90 pontos e os homens, 100 pontos, o que, na prática, significa que as mulheres, por exemplo, terão de somar 60 anos de idade mais 30 anos de contribuição para atender a regra.
A aposentadoria integral é calculada pela média dos 80% maiores salários de contribuição desde julho de 1994.
Mais ataques
Tanto o Fator Previdenciário, criado no governo FHC (PSDB), como o Fator 85/95, criado no governo Dilma (PT) têm o objetivo de dificultar a aposentadoria dos trabalhadores. São fórmulas que visam desestimular os trabalhadores a se aposentarem, pois reduzem o valor do benefício e/ou, na prática, impõem uma idade mínima.
Juntamente com o fim da aposentadoria por tempo de serviço, feita por FHC, e a reforma para os servidores públicos, feitas por Lula, são medidas que tornaram cada vez mais difícil os trabalhadores conseguirem o direito de se aposentar após uma vida de trabalho.
O pior é que o governo e os patrões acham que isso é pouco e querem mais. Temer tentou fazer uma Reforma da Previdência e, felizmente, a mobilização dos trabalhadores conseguiu impedir. Agora, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já anunciou que mexer na Previdência será prioridade ainda no início do seu próximo governo.
“Com os velhos falsos argumentos de que a Previdência é deficitária, vão querer fazer uma nova reforma para impedir a aposentadoria dos trabalhadores. Estão falando em aumentar novamente a idade mínima, reduzir o valor dos benefícios, acabar com direitos da Seguridade Social e acabar com a Previdência pública, criando um regime de capitalização. Tudo para favorecer os bancos que querem lucrar com previdência complementar, cheia de riscos para os trabalhadores”, explica o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.
“Os trabalhadores não podem cair na armadilha desse falso discurso que essa reforma é necessária. A cada vez que eles mexem na Previdência, perdemos direitos e a aposentadoria fica mais difícil e eles voltam sempre com a mesma história, enquanto seguem desviando dinheiro e permitindo o calote de empresas com o INSS. Se Bolsonaro mexer na aposentaria precisaremos retomar a forte mobilização que derrotou Temer”, afirma Mancha.
Fonte: CSP-Conlutas