Crise política

Impeachment de Dilma avança em comissão, mas solução é o "Fora todos eles"

Impeachment de Dilma avança em comissão, mas solução é o "Fora todos eles"
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O relator da comissão especial do impeachment da Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), apresentou nesta quarta-feira (6) parecer favorável à abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

A leitura do parecer, de 128 páginas, levou quase cinco horas e terminou às 20h44.

Na conclusão do parecer, Jovair Arantes defende que a denúncia preenche "todas as condições jurídicas e políticas" para ser aceita. No parecer, o relator avalia somente a "admissibilidade" do processo, isto é, se reúne os requisitos mínimos para ser instaurado. Na hipótese de o plenário da Câmara aprovar a abertura do processo, o julgamento do impeachment será feito posteriormente pelo Senado.

Um dos principais pontos em que o relatório se baseia para justificar a abertura do processo são as chamadas "pedaladas fiscais", nome dado ao atraso do repasse pela União aos bancos públicos do dinheiro para pagamento de pagar benefícios sociais de diversos programas federais. A prática é interpretada por alguns como um empréstimo dos bancos ao Tesouro, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Com o parecer do relator, o impeachment de Dilma avança, apesar da operação de guerra feita nos bastidores de Brasília, sob o comando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com entrega de cargos e ministérios a deputados para tentar evitar o afastamento da presidente.

Fora todos eles!
O impeachment de Dilma não serve aos trabalhadores, porque, uma vez aprovado, vai colocar Michel Temer na Presidência da República e Eduardo Cunha na Vice-Presidência. Além de estarem envolvidos em corrupção (como o governo do PT), os peemedebistas defendem os mesmos ataques contra os direitos da classe trabalhadora e do povo pobre: ajuste fiscal, redução dos investimentos sociais, reforma da Previdência, reforma trabalhistas, entre outros.

Em um documento lançado no final do ano passado, chamado "Uma ponte para o futuro", o PMDB elenca os ataques que deseja promover, que vão desde o fim do estabelecimento do piso de um salário mínimo às aposentadorias (o benefício ficaria ainda menor), até a desregulamentação das leis trabalhistas.

Dilma Rousseff (PT), mesmo que esteja sendo julgada de forma "conveniente" por opositores e - é bom lembrar - "ex-aliados", lidera um governo indefensável, que tem atuado em favor dos grandes empresários e banqueiros.

Por conta disso, a luta da classe trabalhadora deve ser pelo "Fora todos eles" e a convocação de eleições gerais, já, como ocorreu no grande ato na Avenida Paulista, no dia 1º de abril.

"A próxima grande manifestação que vamos realizar vai ser no 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores. Vamos novamente a São Paulo para exigir a saída de todos eles e novas eleições. Na luta, precisamos construir uma alternativa que seja nossa, dos trabalhadores da ativa, dos aposentados e da população carente deste país", afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.