Os números são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerada a inflação oficial do país e calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O percentual representa quase o dobro dos 4,5% estipulados pelo Banco Central como centro da meta inflacionária para 2015.
Somente no mês de maio, o IPCA atingiu 0,74%.
A alta de preços está sendo puxada principalmente pela conta de luz e pelos alimentos.
Aposentados e pensionistas
A alta da inflação pune principalmente as menores faixas de renda, que são atingidas diretamente pela elevação no custo de vida.
Os aposentados e pensionistas, neste caso, sofrem em dobro, uma vez que, além de terem seus benefícios desvalorizados pela política implementada pelo governo federal, veem seus vencimentos praticamente desaparecerem com o crescimento da inflação.
Desde 1994, as perdas de aposentados e pensionistas que ganham acima do piso previdenciário chegam a 84%, em comparação ao salário mínimo.
Nos dois últimos anos, os reajustes dos beneficiários do INSS foi inferior ao próprio IPCA.
"É muito preocupante a situação dos inativos e dos trabalhadores assalariados em geral com as altas das tarifas e dos preços nas gôndolas do supermercado. Está muito difícil", afirma o diretor da Admap Sidney Aparecido de Souza.
O pior é que o remédio adotado pelo governo Dilma para tentar conter a inflação, a política de alta na taxa básica de juros (Selic), provoca um efeito ainda mais devastador para o país, pois encarece o custo da escandalosa dívida interna e externa.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom), aumentou a Selic de 13,25% para 13,75% ao ano, para alegria dos banqueiros (que é para quem este governo governa).