Dia do Trabalhador

Manifestação do 1º de Maio na Avenida Paulista exige “Fora todos”

Manifestação do 1º de Maio na Avenida Paulista exige “Fora todos”
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Enquanto a CUT e CTB promoveram atos em apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e a Força Sindical reuniu defensores do vice Michel Temer (PMDB) e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), o 1º de Maio na Avenida Paulista, organizado pela CSP-Conlutas e entidades que compõem o Espaço Unidade de Ação, exigiu “Fora todos” e a convocação de eleições gerais no país.

Cerca de 4 mil pessoas participaram do protesto na Paulista, que, diferentemente dos eventos promovidos por CUT e Força, não teve shows com grupos famosos, mas apenas apresentações culturais, como hip hop e samba. O prato principal da manifestação foram as falas de dirigentes sindicais, líderes estudantis e de movimentos sociais, que criticaram a falsa polarização entre PT e o PSDB/PMDB, que brigam pelo comando do governo, mas concordam com a aplicação da mesma política econômica de ajuste fiscal, reformas trabalhista e da Previdência e de ataques aos direitos da classe trabalhadora.

A Admap enviou uma delegação de aposentados e pensionistas ao protesto. O diretor da entidade Josias de Oliveira Mello, discursou no caminhão utilizado como palco e atacou a corrupção que infesta Brasília. “É preciso muita mobilização para colocarmos para fora toda essa corja que está no governo e no Congresso. Precisamos de eleições gerais neste país”, disse Josias, que também pertence à direção da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos).

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Herbert Claros da Silva, relatou aos presentes que, dentro das empresas, os trabalhadores apoiam a proposta de colocar para fora governo e Congresso e realizar novas eleições.

"Em assembleias que realizamos nas fábricas em São José dos Campos, os trabalhadores aprovaram o 'Fora todos eles'. Isso mostra que os operários querem lutar contra o golpe, mas o verdadeiro golpe, aquele que foi aplicado aos trabalhadores pelo PT, que reduziu direitos, traindo a classe trabalhadora", afirmou Claros.

“Que golpe é esse de que tanto falam? Golpe foi o que o PT deu na classe trabalhadora. Infelizmente, alguns companheiros do PSOL caíram nessa de golpe e atuaram como linha auxiliar do governo do PT, votando contra o impeachment da presidente Dilma. Eu, se fosse parlamentar, iria me abster, pois não somos a favor do impeachment de Dilma, mas também não acreditamos nesse governo”, falou, ao microfone, João Bastista Oliveira de Araújo, o Babá, vereador do Rio de Janeiro pelo PSOL.

"O impeachment de Dilma não é a solução porque troca 'seis por meia dúzia'. Nós precisamos de um governo socialista, em que os trabalhadores possam governar através de conselhos populares. Enquanto isto não é possível, o mínimo que podemos reivindicar são eleições gerais para que o povo possa escolher seus representantes", discursou o presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida.

Homenagem e solidariedade internacional
A manifestação também ficou marcada pela valorização de diferentes gerações de lutadores. Foi homenageado o militante histórico Waldemar Rossi, fundador da Oposição Metalúrgica de São Paulo, que atualmente encontra-se em estado grave de saúde. Seus filhos, presentes no ato, e um vídeo relembraram a importância e a trajetória do ativista, que esteve por muitos anos à frente da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

Diversas entidades internacionais manifestaram seu apoio ao 1º de Maio na Paulista. Além da participação no carro de som do representante do sindicato dos trabalhadores de call center em Portugal, ativistas da Itália, Paraguai e Inglaterra enviaram vídeos em solidariedade aos trabalhadores brasileiros que foram exibidos em um telão.