Passeata e ocupação ao INSS

Manifestação em São José dos Campos diz não à reforma da Previdência

Manifestação em São José dos Campos diz não à reforma da Previdência
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Com muita disposição para a luta, trabalhadores e aposentados tomaram as ruas do centro de São José dos Campos, nesta quarta-feira (20), e mostraram que não aceitarão a reforma da Previdência planejada pelo governo interino de Michel Temer (PMDB).

O frio não assustou os manifestantes que, com palavras de ordem contra a mudança na lei da aposentadoria e corte de direitos, chamaram a atenção daqueles que passavam em frente à antiga Câmara Municipal, na Praça Afonso Pena. Houve panfletagem de materiais sobre os ataques preparados pelo Palácio do Planalto.

“Vários governos já tentaram alterar as regras da Previdência, mas os trabalhadores mobilizados sempre impediram. A nossa mobilização está apenas começando”, afirmou o ex-deputado federal Ernesto Gradella, assessor político da Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba).

O ponto mais polêmico da reforma, a adoção de uma idade mínima para aposentadoria, foi o principal alvo do protesto. Temer defende a proposta e chegou a sugerir até mesmo que os trabalhadores se aposentem apenas aos 70 anos de idade.

“O governo quer colocar a gente para trabalhar até morrer. A solução é aumentar a mobilização e colocar milhares nas ruas contra os ataques”, disse o diretor da Admap Josias de Oliveira Mello, que também é da direção da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos).

Passeata
Após panfletagem na Praça Afonso Pena, os manifestantes seguiram em passeata até a regional do INSS, na avenida José Guilhermino. O prédio da Previdência Social foi ocupado simbolicamente e os ativistas puderam divulgar a luta aos trabalhadores que buscavam atendimento.

Ao todo, 150 pessoas participaram do ato, que reuniu ativistas de diversas organizações, como Admap, Sindicato dos Metalúrgicos, dos Correios e do setor da Alimentação de Jundiaí. Também estiveram presentes membros da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí, Fapesp, Movimento Mulheres em Luta (MML), CSP-Conlutas e PSTU.

Volta do ministério
Entre as reivindicações dos manifestantes, está a recriação do Ministério da Previdência. A pasta foi anexada a outra por Dilma e extinta recentemente por Temer. A mudança facilitará ainda mais os desvios de arrecadação da Previdência.

“O Ministério da Previdência era o mais importante mecanismo de distribuição de renda do país, sendo que a economia de muitas cidades depende das aposentadorias. É por isso que devemos denunciar o desmonte da Previdência a toda população e exigir a recriação do Ministério da Previdência”, afirma o presidente da Fapesp (Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo), Antônio Alves da Silva.

A mentira do déficit
A manifestação também denunciou a campanha mentirosa do governo em relação ao déficit da Previdência. Com a ajuda da grande mídia, o Planalto tem insistido na ideia de que os custos para manter as aposentadorias têm sangrado os cofres do país.

“A Previdência não é deficitária. Ela está, sim, sendo assaltada pelo governo, que desvia bilhões de reais anualmente para pagar a dívida pública, ou seja, os banqueiros. Não podemos aceitar esse governo que só ataca os trabalhadores. É preciso exigir o ‘Fora todos eles’ e construir uma greve geral para dar um basta nesta situação”, concluiu Gradella.

Com informações de sindmetalsjc.org.br