A maior presença foi registrada no ato realizado em São Paulo, que contou com a participação de 1 milhão de pessoas, de acordo com a PM, número contestado pelo instituto de pesquisa Datafolha, que informou ter 210 mil pessoas. De qualquer maneira, a multidão tomou a avenida de ponta a ponta.
O tom dos atos de domingo, em sua maioria, foi contra a corrupção e o PT. As bandeiras pelo “Fora Dilma” e contra a corrupção constituíram o perfil das manifestações nas diversas capitais.
Ainda em proporção menor havia os que bradavam pela intervenção militar.
As manifestações de domingo tiveram por trás de sua organização grupos conservadores. O PSDB, inclusive, estaria por trás de algumas das organizações convocantes.
A mídia tradicional também foi reforço importante na convocação dos atos do dia 15, com reportagens especiais, entrevistas e até chamadas durante a cobertura.
Apesar dos convocantes e do perfil das manifestações, isto também não quer dizer que apenas um setor conservador foi para as ruas neste domingo.
“Há um descontentamento geral com o governo Dilma. Tanto é assim que os protestos de sexta-feira (13) pró-governo, além de pedir a reforma política, tiveram que conter reivindicações que se enfrentam com a política econômica e de ajustes do governo como forma de dialogar com o descontentamento da classe trabalhadora”, ressalta o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Sebastião Carlos, o Cacau.
Segundo o dirgente, as mobilizações que ocorreram em 6 de março, convocadas pela CSP-Conlutas, também mostram que há um descontentamento na classe trabalhadora com esse governo. “Estão insatisfeitos com o aumento das tarifas, a falta de qualidade na educação, na saúde, no transporte público, assim como ficou indignada com as medidas que limitam o seguro-desemprego e benefícios previdenciários, as demissões acontecem em diversos segmentos”, frisa.
É hora da classe trabalhadora
Na avaliação do dirigente da CSP-Conlutas, não é só a elite que está descontente com o governo, como afirmam a CUT e outros setores governistas. “Também dentro das fábricas, dos canteiros de obra, nas escolas, repartições públicas, bancos, nos locais de trabalho em geral, a desaprovação e o desapontamento com o governo é muito grande, seja pela situação geral do país, o aumento de preços, o problema da água, pelo pesado ajuste fiscal e retirada de direitos que está ocorrendo”.
De acordo com Cacau, a raiva dos trabalhadores também é grande. “E essa base social que está lutando para reverter demissões nas fábricas e derrotar o ajuste fiscal nos estados, ainda não entrou em luta de maneira organizada e unificada”, destacou.
Por isso, para a CSP-Conlutas continua na ordem do dia a construção de um campo de classe, dos trabalhadores.
A Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas vai se reunir na quinta-feira (19) e aprovar as orientações da entidade para esse tema.
Já na sexta-feira (20) tem a reunião do Espaço de Unidade de Ação, às 10 horas, no Sindicato dos Metroviários, em São Paulo. Essa reunião ganha mais importância ainda, com o desenrolar do quadro político em nosso país.
A presença do movimento sindical, popular e estudantil combativo, além das organizações da esquerda socialista é muito importante.
Fonte: parte de texto extraído do site da CSP-Conlutas