Crise no Planalto

Manifestações do dia 15 questionam nas ruas governo Dilma

Manifestações do dia 15 questionam nas ruas governo Dilma
Notícias

Este domingo (15) foi marcado por protestos massivos nas capitais de todos os estados do Brasil. A grande imprensa inflou números, mas mesmo assim pelo menos 1 milhão de pessoas foram às ruas em todo o país.

A maior presença foi registrada no ato realizado em São Paulo, que contou com a participação de 1 milhão de pessoas, de acordo com a PM, número contestado pelo instituto de pesquisa Datafolha, que informou ter 210 mil pessoas. De qualquer maneira, a multidão tomou a avenida de ponta a ponta.

O tom dos atos de domingo, em sua maioria, foi contra a corrupção e o PT. As bandeiras pelo “Fora Dilma” e contra a corrupção constituíram o perfil das manifestações nas diversas capitais.

Ainda em proporção menor havia os que bradavam pela intervenção militar.

As manifestações de domingo tiveram por trás de sua organização grupos conservadores. O PSDB, inclusive, estaria por trás de algumas das organizações convocantes.

A mídia tradicional também foi reforço importante na convocação dos atos do dia 15, com reportagens especiais, entrevistas e até chamadas durante a cobertura.

Apesar dos convocantes e do perfil das manifestações, isto também não quer dizer que apenas um setor conservador foi para as ruas neste domingo.

“Há um descontentamento geral com o governo Dilma. Tanto é assim que os protestos de sexta-feira (13) pró-governo, além de pedir a reforma política, tiveram que conter reivindicações que se enfrentam com a política econômica e de ajustes do governo como forma de dialogar com o descontentamento da classe trabalhadora”, ressalta o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Sebastião Carlos, o Cacau.

Segundo o dirgente, as mobilizações que ocorreram em 6 de março, convocadas pela CSP-Conlutas, também mostram que há um descontentamento na classe trabalhadora com esse governo. “Estão insatisfeitos com o aumento das tarifas, a falta de qualidade na educação, na saúde, no transporte público, assim como ficou indignada com as medidas que limitam o seguro-desemprego e benefícios previdenciários, as demissões acontecem em diversos segmentos”, frisa.

É hora da classe trabalhadora
Na avaliação do dirigente da CSP-Conlutas, não é só a elite que está descontente com o governo, como afirmam a CUT e outros setores governistas. “Também dentro das fábricas, dos canteiros de obra, nas escolas, repartições públicas, bancos, nos locais de trabalho em geral, a desaprovação e o desapontamento com o governo é muito grande, seja pela situação geral do país, o aumento de preços, o problema da água, pelo pesado ajuste fiscal e retirada de direitos que está ocorrendo”.

De acordo com Cacau, a raiva dos trabalhadores também é grande. “E essa base social que está lutando para reverter demissões nas fábricas e derrotar o ajuste fiscal nos estados, ainda não entrou em luta de maneira organizada e unificada”, destacou.

Por isso, para a CSP-Conlutas continua na ordem do dia a construção de um campo de classe, dos trabalhadores.

A Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas vai se reunir na quinta-feira (19) e aprovar as orientações da entidade para esse tema.

Já na sexta-feira (20) tem a reunião do Espaço de Unidade de Ação, às 10 horas, no Sindicato dos Metroviários, em São Paulo. Essa reunião ganha mais importância ainda, com o desenrolar do quadro político em nosso país.

A presença do movimento sindical, popular e estudantil combativo, além das organizações da esquerda socialista é muito importante.

Fonte: parte de texto extraído do site da CSP-Conlutas