Trabalhadores de várias categorias, estudantes, aposentados e militantes de movimentos sociais de todo o estado mostraram que não querem mais corruptos no poder, nem o ajuste fiscal que só ataca direitos dos mais pobres.
Com o protesto, os manifestantes também disseram chega de PT, PMDB, PSDB e os outros partidos que apoiam a política econômica que só favorece os banqueiros e grandes empresários. A ordem é: nas ruas e na luta, precisamos criar uma alternativa dos trabalhadores.
A Avenida Paulista foi tomada por cerca de 5 mil pessoas, todas indignadas com o governo Dilma e com os parlamentares que compõem o Congresso Nacional. Além de exigir a saída dos poderosos que estão em Brasília, os manifestantes também levantaram suas bandeiras contra o ajuste fiscal dos governos e a reforma da Previdência, por estabilidade no emprego, redução da jornada sem redução de salário, moradia, educação, em defesa da juventude e do povo pobre.
A manifestação foi convocada pela CSP-Conlutas e Espaço de Unidade de Ação, formado por movimentos e sindicatos de esquerda. O próximo ato já tem data marcada: 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.
Golpes contra a classe trabalhadora
O discurso antigolpe, usado pelo governo Dilma para se fazer de vítima e fugir do impeachment, foi duramente criticado pelos manifestantes. Assim como também foram criticados o PMDB do vice-presidente Michel Temer e todos os partidos de oposição de direita, como o PSDB e DEM. Afinal, eles compactuam com a mesma política econômica que beneficia os ricos e tira dos pobres.
“Milhões de trabalhadores, de norte a sul do país, não aguentam mais esse governo. Não aceitamos essa ladainha de golpe. Golpe é quando cortam nossos salários e colocam nas costas dos trabalhadores o ajuste fiscal. Seja PT, PMDB, PSDB, DEM… todos esses partidos querem aplicar esse plano de ajuste. Queremos apontar uma nova alternativa para os trabalhadores. Não adianta impeachment para colocar no poder o Temer. Dilma tem que ser derrubada pela ação dos trabalhadores. É momento de levantarmos as nossas bandeiras. Basta de Dilma, Temer, Cunha, Renan, Aécio… basta dessa corja! Vamos construir na luta uma greve geral”, disse em seu discurso Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, falou sobre as manifestações e assembleias que têm ocorrido nas fábricas da região, como as que aconteceram na General Motors, Embraer, Chery, Blue Tech, Latecoere, Deca e Parker Hannifin.
“Os metalúrgicos não reconhecem mais o PT; no ABC, a CUT foi vaiada. Estamos vendo o aumento do desemprego, empresas fechando em São Paulo, inflação em alta, precarização dos serviços públicos, o governo dando bilhões aos bancos. O povo está pagando um preço alto demais por essa política econômica. O ‘Fora Todos’ já está na boca dos trabalhadores. É preciso eleições gerais, greve geral, é preciso derrubar a Dilma e essa oposição de direita representada pelo PMDB e PSDB”, disse Macapá, no caminhão de som.
Greve geral
A convocação para a greve geral foi reafirmada pelas diversas entidades presentes no ato.
O diretor da Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba), Josias de Melo, ressaltou que, após as recentes manifestações chamadas pelo PT, em favor da presidente Dilma, e pela Fiesp e PSDB, a favor do impeachment, agora é hora dos trabalhadores aposentados e da ativa entrarem em cena.
“Precisamos construir uma greve geral e expulsar essa corja que está roubando o nosso país. Nós, aposentados, sofremos igual aos companheiros que estão na ativa. A classe trabalhadora não tem divisão. Que os ricos paguem pela miséria que existe no país, que sejam taxados pela fortuna. Fora toda essa quadrilha”, afirmou.
O presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, também convocou os trabalhadores para irem às ruas.
“Os trabalhadores têm de vir às ruas para botar pra fora todos eles. Botar pra fora o governo da presidente Dilma, botar pra fora também o Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros do PMDB. Botar pra fora também o Aécio Neves do PSDB e toda corja do Congresso Nacional que aí está”.
Também representando o PSTU, Toninho Ferreira destacou a crise vivida pelo povo, com a alta dos alimentos, o desemprego e o desvio de verbas públicas pela corrupção.
“A corrupção que assola este país é escandalosa. O dinheiro que falta no transporte, na saúde, na educação está sobrando no bolso dos corruptos para bancar suas campanhas eleitorais. O PT não representa os trabalhadores. O PSDB não pode governar o país porque não fala em nome da classe trabalhadora. Tanto Aécio quanto Dilma pegaram milhões das empreiteiras para financiar suas campanhas. Tudo isso já é motivo de sobra para colocar todos eles pra fora”, disse Toninho.
E completou: “Dia 1º de Maio, vai ter mais uma grande manifestação pelo Fora Todos, ainda maior do que esta. Dia 1º estaremos de volta”.
Passeata
Cartazes, carros de som, bonecões, faixas, balões e bandeiras transformaram a avenida num grande palco para as muitas reivindicações. A passeata começou às 18h e só terminou às 19h30. Nas faixas, as pautas eram muitas:
- “Fora todos eles. Eleições Gerais, já”;
- "Fora PT, PSDB e PMDB. Queremos o povo no poder";
- "Queremos merenda para estudar e moradia para se viver";
- "Organizar os debaixo para derrubar os de cima";
- "Demitiu tem que ocupar";
- "Presidenta Dilma, não mexa nos direitos das pensionistas";
- "Nem sujo nem mal lavado. Por uma saída à esquerda".
Manifestações pelo país
Além de São Paulo, também houve manifestações em diversas capitais, como Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Natal (RN), Rio de janeiro (RJ) e São Luis (MA).
Milhares de manifestantes saíram às ruas e reforçaram a posição independente da CSP-Conlutas e do Espaço de Unidade de Ação, que não andam ao lado dos governistas e dos setores da direita. Juntos, esses dois blocos atacam os trabalhadores e retiram direitos.
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