Na assembleia, os metalúrgicos também decidiram mudar a estratégia da greve. Em vez de permanecerem de braços cruzados dentro da fábrica, eles ficarão em casa, só retornando para a realização de novas assembleias. Essa mudança foi em resposta à postura da GM, que tem pressionado os trabalhadores a retomarem a produção, desrespeitando o direito de greve.
Logo após a assembleia, os trabalhadores seguiram, a pé e de carro, pela avenida marginal da Rodovia Presidente Dutra, atrás do caminhão do Sindicato. À frente, uma faixa exigia: “Dilma, proíba as demissões na GM”. O Sindicato defende que a presidente Dilma Rousseff (PT) assine uma medida provisória garantindo estabilidade no emprego para os trabalhadores.
Os metalúrgicos também reivindicaram uma audiência com a presidente.
Sem acordo
Na audiência de conciliação, o TRT e o Ministério Público chegaram a propor a realização de lay-off durante cinco meses, com mais três meses de estabilidade, e continuidade das negociações. Essa proposta foi aprovada na assembleia desta quarta-feira pelos trabalhadores, mas a GM continua irredutível em seus planos de demitir 798 funcionários e, por isso, não aceitou a proposta do TRT. Como não houve acordo, o caso segue agora para julgamento, em data a ser definida.
O Sindicato se mantém aberto ao diálogo e insiste na necessidade de negociação direta com a empresa antes do julgamento. Segundo a própria GM, a greve vai começar a afetar a produção das fábricas de São Caetano e Gravataí, já que a planta de São José dos Campos fornece peças para essas unidades.
“Na audiência, a GM apresentou exatamente a mesma proposta de lay-off por dois meses, seguido de demissão. Isso mostra que a empresa tentou jogar a opinião pública contra o Sindicato ao dizer que havíamos deturpado sua proposta. Já o Sindicato tentou negociar, apresentando alternativas, como licença remunerada, férias coletivas e até mesmo lay-off com estabilidade. Mas a GM continuou intransigente. Portanto, não existe outra saída para evitar as demissões a não ser a continuidade da greve”, afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br