Um dos colaboradores mais próximos de Dilma, Gabas diz claramente que o objetivo do governo é adiar ainda mais a aposentadoria dos brasileiros, algo que, segundo as suas palavras, o fator previdenciário não cumpre.
“O fator previdenciário é ruim porque não cumpre o papel de retardar as aposentadorias. Agora nós precisamos pensar numa fórmula que faça isso e defendo o conceito do 85/95 como base de partida", disse o ministro.
A fórmula 85/95 soma a idade do segurado com o tempo de serviço. De acordo com este instrumento, para se aposentar, a mulher precisa somar 85 anos e o homem, 95.
A medida vai prejudicar principalmente o trabalhador mais pobre, que começa a trabalhar mais jovem. Se ele começa trabalhar aos 18 anos, com 35 de trabalho terá 53 anos de idade, e a soma da idade com o tempo de contribuição dará 88 anos. Portanto, terá que trabalhar mais 3,5 anos para chegar aos 95. Ou seja, terá que contribuir por 38,5 anos para ter direito de se aposentar.
"O governo Dilma, que já atacou o direito das pensionistas com a medida provisória 664, quer prejudicar ainda mais os trabalhadores, limitando o acesso à aposentadoria. Isso é um absurdo e precisamos estar prontos para tomar as ruas contra todos estes ataques", afirmou o presidente da Admap, Lauro da Silva.
Fator previdenciário
O atual fator previdenciário foi criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1999. O mecanismo - que reduz drasticamente as aposentadorias no momento de sua concessão - foi mantido pelas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT). Em 2010, Lula chegou a vetar o fim do fator, que tinha sido aprovado pelo Congresso Nacional, num claro ataque aos trabalhadores brasileiros.
O fator previdenciário é uma fórmula baseada na expectativa de vida, no tempo de contribuição e na idade ao se aposentar.