A predominância das mulheres se deve ao fato de que elas são maioria em dois benefícios previdenciários que concentram o maior número de beneficiários do RGPS – aposentadoria por idade e pensão por morte.
Nagamine esclarece que, “quem se aposenta por idade são trabalhadores que não conseguiram os requisitos para se aposentar por tempo de contribuição, ou seja, pessoas com trajetória irregular no mercado de trabalho”. O diretor do RGPS acrescenta que por diversas razões, até mesmo pela maternidade, as mulheres estão mais propensas a esse tipo de trajetória.
Em março de 2014, dos 9,2 milhões de beneficiários que recebiam aposentadoria por idade, 5,7 milhões eram mulheres, o que representa 62% do total. No caso das pensões por morte, a participação feminina é ainda maior, representa 85% do total de 7,3 milhões de beneficiários.
As mulheres também são maioria para qualquer grupo de idade observado. No entanto, à medida que a idade aumenta, a participação das mulheres no total de beneficiários, também cresce. Na faixa etária de 80 anos ou mais, por exemplo, dois em cada três beneficiários são mulheres. Isso se deve à maior expectativa de vida das mulheres em relação aos homens.
Além disso, a maior inclusão da mulher no mercado de trabalho nas últimas décadas fez com que sua participação aumentasse em benefícios como auxílio doença e aposentadoria por tempo de contribuição.
Todos esses fatores fizeram com que houvesse uma inversão nas despesas com benefícios do RGPS. Em 2006, os homens recebiam 51% dos benefícios. Essa situação foi mudando gradativamente e, apesar de haver equilíbrio nas despesas com homens e mulheres, em 2013 o público feminino passou a ser maioria, recebendo 52% dos benefícios.
Enquanto as mulheres representam a maioria dos beneficiários em aposentadoria por idade e pensão por morte, os homens são maioria em aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por invalidez e auxílio-doença.
A Previdência Social paga todos os meses mais de 31 milhões de benefícios em todo o país, transferindo mais de R$ 29 bilhões para economias dos municípios brasileiros.
Fonte: site da Previdência Social