Os dados alarmantes são resultado do estudo “Mapa da Violência – Homicídio de Mulheres” desenvolvido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flasco), em parceria com a ONU Mulheres, Organização Panamericana de Saúde (Opas) e a extinta Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (governo federal).
A pesquisa também indica que 4.762 mulheres foram assassinadas no país em 2013, uma média de 13 por dia. Deste número, 55,3% dos crimes aconteceram no ambiente doméstico e em 33,2% dos casos foram praticados por parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
Os dados reforçam a necessidade da criação de leis que combatam o feminicídio, ou seja, os homicídios motivados por questões de gênero.
As mulheres negras estão mais vulneráveis à violência. De 2003 a 2013, houve o aumento de 54% no número de homicídios, passando de 1.864 para 2.875.
Retrocessos
Mesmo com esse cenário, o governo federal vem demonstrando que a proteção às mulheres não está entre suas prioridades. Como parte do ajuste fiscal, Dilma fundiu a Secretaria das Mulheres com outras duas pastas (Direitos Humanos e Igualdade Racial), o que irá dificultar a elaboração de políticas públicas para a igualdade de gêneros.
Além disso, o Congresso aprovou o Projeto de lei 5069, criado pelo deputado Eduardo Cunha, que dificulta o aborto legalizado no país (casos de estupro) e pode até mesmo impedir a venda da pílula do dia seguinte.
Pelo direito das mulheres!
No domingo (8), milhares de mulheres tomaram as ruas de várias capitais do país contra o PL 5069, exigindo também a saída de Cunha da presidência da Câmara. Em São Paulo, cerca de 20 mil manifestantes, de diversos movimentos sociais, percorreram a Av. Paulista e engrossaram o coro contra os ataques do governo aos direitos das mulheres.
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br