A medida deve ser anunciada nesta quinta-feira (22) em encontro com representantes patronais, segundo informa o jornal Folha de S. Paulo.
A desoneração da folha de pagamento acaba com a contribuição do patrão à Previdência, equivalente a 20% do salário do trabalhador. Em seu lugar, é feita uma cobrança sobre 1% ou 2% sobre o faturamento da empresa.
A medida foi responsável por fazer o governo deixar de arrecadar R$ 13,2 bilhões no ano passado.
Nos dois primeiros meses do ano, a renúncia fiscal correspondeu a mais do que o dobro do registrado no mesmo período de 2013. Segundo dados da Receita Federal, o governo deixou de arrecadar R$ 3,59 bilhões em janeiro e fevereiro por causa da desoneração da folha, contra R$ 1,6 bilhão nos mesmos meses do ano passado.
Histórico
A desoneração da folha começou a ser adotada em 2011 favorecendo patrões das indústrias de couro e calçados, nas confecções e nas empresas de call center e de tecnologia da informação. Atualmente, 56 segmentos da indústria, do comércio, dos serviços e dos transportes são beneficiados pela medida, que retira dinheiro do caixa da Previdência Social.
Para o presidente da Admap, Lauro da Silva, a atual política econômica do governo federal apenas beneficia os patrões e os mais ricos, em detrimento dos trabalhadores e dos aposentados.
“A desoneração é mais um exemplo de como governam apenas para uns poucos privilegiados. Enquanto dizem que não há dinheiro para conceder aumento real para os aposentados, tiram bilhões do caixa da Previdência para dar aos empresários”, afirmou.