Segundo Dieese

Para cumprir Constituição, salário mínimo deveria ser de 3.325,37 no Brasil

Para cumprir Constituição, salário mínimo deveria ser de 3.325,37 no Brasil
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Para garantir as necessidades básicas familiares, o menor salário de um trabalhador ou aposentado no Brasil deveria ser de R$ 3.325,37, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O valor é referente ao mês de julho de 2015. O Dieese calcula o "salário mínimo necessário” mensalmente, levando em conta os gastos de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

A metodologia para fazer este cálculo leva em conta justamente o que está na lei e não é cumprido pelos nossos governantes. A Constituição Federal de 1988, no capítulo dos Direitos Sociais, define que o salário mínimo deve cobrir as necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família.

O atual salário mínimo, fixado em R$ 788 desde janeiro, está muito longe de garantir condições dignas aos trabalhadores, aposentados e pensionistas.

Aposentados e pensionistas
O valor insuficiente do mínimo comprova que a “política de valorização” instituída pelo governo Lula e mantida por Dilma não garantiu melhorias significativas aos trabalhadores. A fórmula de reajuste empregada leva em conta a inflação dos últimos doze meses mais o percentual do PIB (Produto Interno Bruto) do penúltimo ano.

Mesmo assim, no final do mês passado, Dilma vetou uma medida aprovada pelo Congresso que garante a utilização dessa fórmula para reajuste dos vencimentos de aposentados e pensionistas – que tem recebido, nos últimos anos, reajustes que mal cobrem a inflação. Para termos uma ideia, desde 1994 as aposentadorias e pensões maiores do que o piso previdenciário acumulam perdas de 84% frente ao salário mínimo.

Essa política adotada pelos últimos governos tem empurrado os beneficiários da Previdência para o piso, ou seja, para o recebimento de apenas um salário mínimo.

"Exigir o mesmo reajuste do salário mínimo é uma bandeira histórica do nosso movimento. Mas Dilma vetou vergonhosamente a iniciativa aprovada no Congresso, que poderia garantir algum aumento real aos inativos até 2019. Nossa luta precisa continuar", disse o diretor da Admap Josias de Oliveira Mello.

(Foto: Tanda Melo)