Apesar de se colocar como vítima durante todo o discurso de renúncia, Cunha tenta uma última manobra para salvar seu mandato de deputado. Com a renúncia, ele espera convencer os demais parlamentares a barrarem o processo de cassação já aprovado no Conselho de Ética.
Caso venha a ser cassado, além de não poder disputar eleições pelos próximos oito anos, Cunha deixa de ter privilégios em sua defesa e as investigações contra ele passarão para o juiz Sérgio Moro.
Agora, a Câmara tem até cinco sessões para decidir qual será o nome a suceder o ex-presidente. No entanto, o processo de escolha pode ocorrer bem antes, caso o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP), acate os pedidos para que a eleição ocorra já na próxima quarta-feira (13).
Símbolo da corrupção
De tão longa, a lista de acusações contra Eduardo Cunha garante ao deputado o posto de símbolo da corrupção no Brasil atual. Até o momento, são oito denúncias contra ele no STF.
Entre elas, destaca-se o recebimento de propinas, através do Petrolão, utilizadas para abastecer contas ilegais na Suíça. Além disso, Cunha também responde por desvios de recursos na Petrobras, Caixa Econômica e na estatal de energia elétrica Furnas.
Desaprovação recorde
Os repetidos escândalos de corrupção envolvendo seu nome renderam uma desaprovação recorde a Cunha. Na última pesquisa divulgada pelo Datafolha, 77% dos entrevistados apoiaram a cassação do deputado, ou seja, três a cada quatro brasileiros defendiam sua saída.
“Não basta a renúncia da presidência da Câmara. Por todos os seus crimes, os trabalhadores devem exigir a cassação do mandato como deputado, a prisão e expropriação dos bens de Eduardo Cunha. Ele fará de tudo para preservar o mandato, por isso, mais do que nunca é hora de irmos às ruas e exigirmos o Fora todos eles e nova eleições gerais”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br