Há maioria contra a reforma entre todos os grupos sociodemográficos, e a taxa cresce entre mulheres (73%), brasileiros que ganham entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e os com ensino superior (76%).
O Datafolha fez 2.781 entrevistas em 172 municípios nos dias 26 e 27 de abril, antes da Greve Geral realizada na sexta-feira (28). A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Mesmo entre os que se dizem favoráveis a uma reforma previdenciária, há discordância em relação a três pilares: idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens, de 62 para mulheres, e a nova fórmula para cálculo de benefício, que exige 40 anos de contribuição para receber o benefício máximo.
Questionados sobre os três pontos em conjunto, 87% declararam oposição às mudanças. Deles, 83% são contra o tempo necessário para benefício pleno: 60% citaram a regra e outros 23% disseram rejeitar todas as três mudanças.
A reforma da Previdência foi proposta pelo governo Temer em dezembro de 2016 e agora está em discussão na Câmara dos Deputados, onde já foi alterada pelo relator do projeto. Na quarta-feira (3), o Planalto pretende votar esse relatório na Comissão Especial que analisa a reforma.
Reforma trabalhista
Ainda segundo o Datafolha, os brasileiros acham que a reforma trabalhista e a terceirização privilegiam mais os empresários do que os trabalhadores —e os próprios empresários pensam assim.
De acordo com o levantamento, 64% dos entrevistados acham isso da reforma e 63% dizem o mesmo sobre a terceirização.
A lei da terceirização foi sancionada em 31 de março pelo presidente Michel Temer e permite que uma empresa possa contratar outra para qualquer tipo de serviço.
Com informações da Folha de S. Paulo