Mobilização

Plenária Nacional reúne 1.500 trabalhadores e aprova dia de luta em 10 de novembro

Plenária Nacional reúne 1.500 trabalhadores e aprova dia de luta em 10 de novembro
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Trabalhadores metalúrgicos de todo o país e de outros setores da indústria lotaram o CMTC Clube, em São Paulo, nesta sexta-feira (29), para a realização da plenária nacional em defesa dos direitos. Cerca de 1.500 trabalhadores estiveram presentes numa importante demonstração de unidade e disposição de luta. A principal resolução do encontro foi a aprovação de um manifesto conjunto (confira abaixo) e a definição de um novo dia nacional de mobilizações em 10 de novembro, véspera da entrada em vigor da reforma trabalhista.

A plenária foi encerrada com uma passeata que percorreu parte da Avenida Cruzeiro do Sul até as proximidades do Shopping D. Apesar do pequeno percurso, com gritos de “Greve Geral, essa lei é ilegal”, os manifestantes chamaram a atenção de quem passou pelo local e deram uma demonstração do que vem por aí.

Estavam representados as principais categorias de metalúrgicos do país que integram o campanha "Brasil Metalúrgico", movimento que deu início à luta unificada para impedir a aplicação da reforma trabalhista e a retirada de direitos nas campanhas salariais deste ano. Mas diversas outras categorias e setores estiveram presentes, como petroleiros, trabalhadores da indústria química, naval, alimentação, metroviários, eletricitários, construção civil, dos Correios, aposentados, entre outros. O Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) e auditores fiscais do trabalho também tinham representantes na plenária.

O tom da atividade foi de denúncia da gravidade da reforma trabalhista e outros ataques do governo Temer e do Congresso. Lembrou-se que essa reforma foi praticamente elaborada pelos empresários do país e são exigências históricas da patronal.

Na fala dos dirigentes foi unânime a defesa da unidade e da luta para impedir que os patrões apliquem os ataques permitidos pelas mudanças na legislação trabalhista. Representantes de várias categorias em luta, como trabalhadores dos Correios, metroviários, eletricitários e servidores públicos federais também falaram no encontro.

“Muitos diziam que, ao ser aprovada, a reforma trabalhista já estava dada, mas não contavam com a força do trabalhador. Hoje estamos demonstrando que os trabalhadores estão preparados para resistir a essa lei e fazer uma verdadeira desobediência civil”, disse o dirigente Bira, da CGTB.

Mané Melato, da Intersindical, ressaltou que em muitos momentos há as disputas sindicais, mas hoje a busca é pela unidade. “Precisamos construir dias de mobilização unificados para barrar essa lei que quer impor uma escravidão. E essa unidade tem de ser traduzida em cada local de trabalho para barrar os ataques onde ocorrerem”, afirmou.

O presidente da Fitmetal, Marcelino Rocha, afirmou: “a unidade e resistência devem ser nosso motor de luta contra a agenda regressiva de Temer. Não aceitaremos a retirada de direitos, por isso, vai ter luta!”, discursou.

Paulo Cayres, da CNM/CUT, disse que nas portas das fábricas os trabalhadores estão atentos e é preciso lutar para defender os empregos. “Este ano completam-se 100 anos não só da Revolução Russa, mas da primeira grande greve geral no país, em 1917. A CLT foi garantida com luta. Temos de manter essa herança e hoje está demonstrado que há resistência, vai ter luta e enfrentamento”.

Miguel Torres, da CNTM/Força Sindical, falou do esforço para construir a plenária unificada para defender direitos. “A unidade das centrais sindicais deve passar pela unidade das categorias pela base. Precisamos construir uma pauta de lutas para fazer frente a essas reformas e outras que estão por vir como a da Previdência. A resistência é o único caminho. A luta faz a lei, senão não há lei que favoreça os trabalhadores”, disse.

Uma nova Greve Geral
Em nome dos metalúrgicos da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, lembrou que há um ano os metalúrgicos deram início a uma mobilização unificada e em 2017 assistimos grandes mobilizações, como a Greve Geral de 28 de abril e a Marcha Ocupe Brasília. “Nossa campanha Brasil Metalúrgico já está surtindo efeitos e já há acordos conquistados que proíbem a reforma trabalhista e seus efeitos como a terceirização e garantem a renovação das cláusulas sociais. Mas sabemos que uma só categoria não basta. É preciso construir uma Greve Geral que envolva toda a classe trabalhadora”, disse.

Durante as exposições dos representantes das centrais sindicais, Atnágoras Lopes falou em nome da CSP-Conlutas e afirmou: “Com sua luta e ação direta, os trabalhadores podem transformar esse país. Como dirigentes, nosso papel é honrar os 23 milhões de desempregados, botar pra fora esse governo canalha e todos os corruptos do Congresso Nacional. Aqui está a classe trabalhadora organizada e que tem tradição de luta. No dia 10, vamos fazer um grande dia nacional de luta e forjar uma nova greve geral nesse país”.

Para Zé Maria, da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais, filiada à CSP-Conlutas, a plenária deste dia 29 foi uma importante demonstração de unidade não só de metalúrgicos de todo o país, mas também de trabalhadores de outros setores. “É uma luta que se dá agora nas campanhas salariais em torno do lema 'Nenhum Direito a Menos', mas que precisa se transformar numa luta nacional de toda a classe trabalhadora. Vamos sacudir esse país no dia 10 de novembro com manifestações, greves e protestos, e avançar em nossa luta para para construir uma Greve Geral que revogue a reforma trabalhista, barre a da Previdência e dê um basta neste governo e Congresso corruptos”.

Fonte: CSP-Conlutas