Com cartazes, faixas e os bonecões da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e do presidente interino Michel Temer (PMDB), os manifestantes concentraram-se na Praça Afonso Pena. Participaram cerca de 200 ativistas dos sindicatos dos Metalúrgicos e dos trabalhadores dos Correios e da Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba).
O protesto não foi por acaso. Até agora, as Olimpíadas trouxeram um rastro de problemas para a população e cofres públicos. Inicialmente os jogos custariam R$ 28 bilhões, mas ficaram próximos de R$ 40 bilhões.
Durante a manifestação, não faltaram críticas e palavras de ordem contra o uso abusivo do dinheiro público nos Jogos do Rio.
“Das Olimpíadas, eu abro mão, quero dinheiro pra saúde e educação”, gritavam os manifestantes, lembrando os protestos ocorridos durante a Copa do Mundo de 2014. Ou ainda “vergonha, vergonha, tocha da vergonha.”
Detenção arbitrária
Logo após a passagem da tocha, por volta das 19h45, homens da Polícia Militar deram voz de detenção para o dirigente Mancha e o levaram arbitrariamente para o 1º Distrito Policial. Lá, foi registrado termo circunstanciado por “provocação de tumulto e desobediência”.
A detenção provocou indignação entre os manifestantes, que foram até a delegacia e exigiram a liberação de Mancha. O 1º DP foi cercado pela PM, que impediu a entrada dos ativistas. Houve também forte reação nas redes sociais contra a detenção. Mancha foi liberado por volta das 21h.
“A detenção foi um caso de abuso de autoridade, já que a manifestação era pacífica e não houve qualquer conflito ou desobediência. O uso de força foi completamente desproporcional, com dezenas de policiais fortemente armados, numa clara tentativa de intimidação da luta dos trabalhadores e do livre direito de manifestação”, afirma Mancha.
Fotos: Tanda Melo/Sindmetalsjc
Fonte: www.sindmetalsjc.org.br