As imagens não deixam dúvidas. As ruas de várias capitais, e mesmo cidades de pequeno e médio portes, foram ocupadas por multidões. Os números mais expressivos ocorreram em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro (em torno de 200 mil manifestantes em cada).
Em São José dos Campos, num ato que contou com a participação dos aposentados e pensionistas da Admap, mais de 5 mil pessoas tomaram as principais ruas do Centro.
Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios virou um mar de gente. Em Belém (PA), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Teresina (PI), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) também teve protestos.
As manifestações ocorreram ao longo de todo o dia, tendo iniciado ainda nas primeiras horas do dia. Greves e atos de rua mostraram a disposição de luta não somente do setor da educação, mas de outras categorias que reforçaram a mobilização. Além das bandeiras principais, contra o corte de 30% nas verbas da Educação e a reforma da Previdência, as ações incluíram o repúdio à perseguição e censura a educadores e rebaixamento do conteúdo pedagógico e outras reivindicações.
As mobilizações foram sendo encabeçadas principalmente por professores e estudantes de escolas públicas e privadas, docentes de universidades federais e estaduais, trabalhadores e técnicos administrativos de institutos. Mas a unidade em defesa da Educação também foi marca deste forte dia de luta, com outras categorias se incorporando às mobilizações, como metalúrgicos, petroleiros, o conjunto do funcionalismo público entre outros segmentos.
Rumo à Greve Geral
Muitos analistas chegam a comparar o ascenso que tomou as ruas neste #15M às manifestações de junho de 2013, quando a população ocupou as ruas de todo o país, colocando em xeque o sistema político, econômico e social brasileiro.
Faixas e cartazes nas mãos de estudantes e manifestantes em geral denunciavam os ataques do governo Bolsonaro, não só contra a Educação, mas como a reforma da Previdência, entre outros.
Mostrando seu desprezo pelos estudantes e trabalhadores, em visita aos EUA, Bolsonaro ofendeu os manifestantes, tentando diminuir a força dos protestos. Não conseguiu. Ao contrário, o tom das manifestações foi apontar a construção da Greve Geral para 14 de junho. A vitória deste dia de luta foi comemorada por todos e todas e nas falas de manifestantes a tarefa agora é não sair das ruas.