OAB e Anfip

Reforma da Previdência: entidades atuam contra retrocessos sociais

Reforma da Previdência: entidades atuam contra retrocessos sociais
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O presidente da ANFIP (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), Vilson Antonio Romero, e o vice-presidente de Política de Classe, Floriano Martins de Sá Neto, participaram nesta quarta-feira (14), em Brasília, de audiência pública do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para discutir ações conjuntas contra os retrocessos da PEC 287, que trata da reforma da Previdência.

O presidente da OAB, Claudio Lamachia, alertou para a gravidade das mudanças que se pretende na Previdência Social e criticou a falta de debate sobre a PEC. “Um tema dessa importância não pode ser tratado com açodamento que está sendo ou que se pretende tratar no âmbito da Câmara dos Deputados”, lamentou. Lamachia avaliou ainda que a proposta do Executivo fere a democracia. “Já se percebe que ali há sim inúmeros indícios de irregularidades. Ela está a ferir a democracia. O que nós queremos é debater um tema que é importantíssimo para a sociedade”.

Para o dirigente, é preciso impedir a retirada de direitos. “Não somos contra a reforma. Mas, somos contra retrocesso social, somos contra o que está posto aqui hoje, somos contra o formato com que se quer colocar isso, porque isso fere a democracia, fere o princípio primeiro da democracia, que é exatamente o debate”, explicou o advogado.

Vilson Romero falou que há quase duas décadas a ANFIP analisa as contas públicas e divulga anualmente o resultado da Seguridade (confira aqui). “A Análise da Seguridade Social tem incomodado o governo”, disse o presidente, ao relatar a reunião que participou com o presidente Michel Temer, em 5 de dezembro, quando foram anunciados pontos gerais da PEC 287/16.

Com base nesses dados, Romero reafirmou o superavit do sistema e explicou os prejuízos dos desvios autorizados das contribuições sociais. “Com a ampliação e a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União [DRU], há uma estimativa de que retirem, desvinculem, R$ 120 bilhões, ao longo de doze meses, das contribuições sociais. Que setor deficitário é esse, que se permite retirar R$ 120 bilhões para poder bancar juros e amortização da dívida pública? Que rombo é esse na Previdência Social? O Orçamento da União de 2016 prevê também, e isso se concretiza, quase R$ 70 bilhões em renúncias previdenciárias, de incentivos a setores como o agronegócio, o pequeno e micro empresário, a própria desoneração da folha”, informou.

Para o dirigente da ANFIP, a PEC 287/16 é uma ruptura que deve ser contestada pelas entidades representativas e por toda a sociedade. “Temos que levar o debate para a rua, porque, infelizmente, não só a sociedade, mas o Parlamento não conhece a Previdência Social. Temos que levar esse contraponto, formar e difundir a ideia de que estão fazendo uma ruptura tendo como base um paradigma e a estrutura da Comunidade Europeia, dos países escandinavos, que não podem servir de parâmetros para o Brasil, por seus elevados Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). E, obviamente, essa reforma atinge o mais pobre e aquele que, efetivamente, necessita do recurso da Previdência”, defendeu.

Fonte: Anfip