“Apesar de eu ter falado em três etapas [para a retomada do crescimento], não é adequado deixar reformas estruturantes para o fim. Questões como a Previdência Social precisam ser tratadas agora. É preciso olhar a idade mínima [de aposentadoria], as condições [de acesso aos benefícios] e examinar a admissibilidade para evitar fraudes”, declarou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante audiência realizada no plenário da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (14).

A frase não deixa dúvidas de que o governo Dilma vai investir pesadamente contra os direitos dos trabalhadores, aposentados e pensionistas.

Em linhas gerais, a proposta de reforma do sistema previdenciário que está sendo discutida em Brasília visa dificultar o acesso à aposentadoria com a imposição da idade mínima e cortar os valores das pensões – o que já havia sido tentado com a edição da medida provisória 664, que acabou sendo alterada durante a tramitação no Congresso.

O governo quer ainda restringir a concessão de benefícios rurais e os destinados a idosos de baixa renda, concedidos por meio da Loas (Lei Orgânica de Assistência Social).

“Fica evidente que a classe trabalhadora precisa se colocar em movimento para deter esta série de ataques. Só com mobilização, poderemos derrotar o ajuste fiscal e as reformas que ameaçam os nossos direitos”, disse o presidente da Admap, Lauro da Silva.